sábado, 8 de novembro de 2014

O Que Somos



                Dimas Macedo

                Guaramiranga - Foto Lúcia Cidrão


              Talvez sejamos mais memória do que aventura. Talvez sejamos mais ressonância do que descoberta. E o que seria a propagação do nosso nome ou dos nossos feitos?  Ecos da nossa determinação interior? Seríamos rochas existenciais indestrutíveis ou reproduções materiais em série de uma mesma oficina? 

               poses vivenciais.Seríamos,segundo ele,um filme parado com a ilusão de movimento.So acreditamos no que conhecemos.Supomos que conhecer é saber.Seria o ser humano feito de tal maneira inseguro que sua tendência seria sempre a de reter as experiências e fazer da vida uma penosa longa repetição do ja vivido.Não sei e me falta vontade para discordar do mestre Artur,mas com certeza concordo com o sábio Osho:Se você encontrou a sua verdade dentro você, não há mais nada para descobrir em toda esta existência.Pensando bem...talvez o Chaplin tenha razão:"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."Somos o que somos: nada mais, nada menos. E somente existimos na proporção em que a vida se encanta com a nossa beleza. Talvez sejamos energia em movimento girando em diferentes rotações, porque somos estrelas, isto é, pedras que florescem junto com os astros, que são os seres portadores de uma consciência maior. 

                A ignorância aparece quando pensamos que somos medidos pelas regras do mundo, pelas regras da moda ou pelas convenções tacanhas. Somos pequenos sempre que o nosso ego se torna um balão de ensaio e nos leva a pensar que existe uma hierarquia entre nós e aqueles que se sentam conosco em algum lugar.

                Nada somos, a não ser partículas de Deus no firmamento. E até quando sofremos, o sofrimento nos é revelado pela vontade de Deus, tal como acontece com o exemplo do cego de nascença. Somos Uno. Tudo nos foi dado e tudo nos será tirado para que Deus continue reinando de forma soberana.

                O tempo existe para que possamos refletir sobre os nossos erros. Todos os momentos são oportunos para repartir o pão, especialmente o Pão da Justiça e da Compreensão, porque o mundo precisa de Amor, e porque precisamos dar um basta nos excessos e na nossa sede de consumo.

               As decisões mais agudas da vida são aquelas que nos colocam diante da renúncia. Ela é a forma mais alta de resolução de um conflito no qual não queremos nos envolver. Devemos, em tudo, saber medir a pequenez ou a grandeza de alma daqueles que querem duelar conosco. 

               Ao vencedor, as batatas devem ser entregues. No mundo, perdemos aquilo que não nos pertence, em face do plano traçado pelos Dez Mandamentos. Somente diante do Juízo Final, podemos conhecer aquilo que nos foi destinado e aquilo que usurpamos dos nossos semelhantes.

               Quando não queremos ver, apenas a escuridão nos é revelada; e quando decidimos abrir os olhos para a vida, aí os milagres acontecem, as coisas pequenas se tornam valorosas e a nossa sede de amor se multiplica, o nosso ego se esfacela e  Deus deixa de ser aquele que apenas socorre as nossas aflições.

                Não será feliz quem não tiver a coragem de amar e de viver de acordo com aquilo que lhe foi destinado. A humildade faz bem ao coração. A sede de poder e de bens materiais bloqueia os caminhos da Justiça. A dádiva do amor de cada um é tudo o que o mundo precisa para viver em Paz.


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