Publicado em 1942, O Estrageiro é o mais conhecido romance do escritor francês Albert Camus.
O livro foi decisivo para que o autor recebesse o Prêmio Nobel de Literatura, e
foi adaptado para o cimnma pelo cineasta italiano Luchino Visconti, em 1967.
Escrito durante a Segunda Guerra Mundial, o romance foi desenvolvido a
partir de uma atmosfera alegórica, reavivando
nos seus leitores aquilo que existe de mais trágico na condição humana: o
absurdo, os limites que nos impedem fruir a liberdade e tornar a realidade algo
que possa estar ao alcance de todos.
Essas
aspirações do autor, que nos colocam diante das grandes interrogações, foram
questionadas em toda a sua produção literária, exacerbando-se, especialmente,
nos romances A Peste e O Primeiro Homem, nos ensaios de O Mito de Sísifo e O Homem Revoltado e na novela intitulada A Queda, sendo esta última um
libelo contra o absurdo e a indiferença que rondam o nosso desejo de viver em
plenitude.
Meursault, o protagonista de O Estrangeiro, vive em estágio de
indiferença diante de todos os valores morais. Trata-se de personagem que não
aceita as regras do jogo e está disposto a ir até o fim, defendendo a única
verdade na qual acredita.
Considerado, por muitos, como alter ego do autor, Meursault nasceu para
desmascarar o cinismo, a hipocrisia e o vazio que encobrem o sentido real da
existência, e que ofuscam a beleza da vida e o emaranhado das nossas relações
no plano social.
Albert Camus expõe a impotência das pessoas
diante das suas desgraças e das misérias cotidianas que presenciam e que fingem
não estar vendo, e O Estrangeiro aponta
para o que existe de estranho na nossa identidade, tudo isso através de uma
linguagem concisa e de frases curtas e incisivas que chamam a atenção do leitor.
Justamente
para dissecar aquilo que constitui o nosso erro fundamental, e abrir os nossos olhos para os delitos da
insensatez, da insensibilidade e das linguagens e regras morais que modelam a nossa
existência, é que a obra de Albert Camus foi escrita.
Nos
seus romances, ensaios e peças de teatro, o autor nos coloca diante dos grandes
dilemas filosóficos. Os seus livros foram traduzidos para mais de quarenta
idiomas e Camus vem sendo apontado como o escritor mais disputado por leitores
jovens, especialmente pelos leitores de livros em
formato de bolso.
Considerado um dos maiores escritores de todos os
tempos, Albert Camus é autor de uma escritura simples e elegante, que prima pela
clareza e a concisão, sendo seus livros condensados em pequenos volumes e em
linguagem direta e sem sofisticação. Vale a pena, assim, mergulhar na sua
leitura.
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