sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Livro de Pandora

 Ezequiel Bezerra de Souza

                                                                    Escritor Ezequiel Bezerra
 
      Livro I -Saga: Joias dos Deuses

                                                                   Resumo
 
Este livro conta a estória de duas irmãs, Penélope e Colibri, que tomadas pela ambição e pela ganância do poder se transformam em perigosas feiticeiras e são presas em duas pedras encantadas pela Rainha Cheraneres, mãe das duas. Muito tempo depois, dois exploradores Jon e Jandareste libertam as duas sem quere. Um monge chamado de Guiapis aparece para agudar os exploradores a destruir as feiticeiras e o único jeito de eliminá-las é lendo O Livro de Pandora ou o livro de ouro. Assim começa uma batalha para encontra O Livro de Pandora.
 
                                                                        Enredo
 
  Há muito tempo atrás quando Pandora abriu a caixa que Zeus deu de presente para ela, espalhou pelo mundo a maldade que na caixa estava presa, porém sobrou ainda um pouco de bondade. Zeus transformou a bondade que restou no mundo em um livro que tinha paginas de ouro puro. Como castigo pela desobediência, Zeus condenou Pandora e todas as gerações futuras dela descentes a ter somente filhas mulheres.
           A  maldição por Zeus lançada aos descendentes de Pandora assim como o livro de ouro foram passados de geração para geração, por vários séculos. Até que uma de suas herdeiras, Cheraneres, recebeu a missão de proteger e utilizar para o bem os poderes no livro contidos. O livro de ouro ou livro de Pandora como passou a ser conhecido, era passado para a próxima primogênita guardiã dos segredos do livro, quando esta completava 15 anos,e foi com esta idade que Cheraneres começou sua missão

Cheraneres casou-se com o rei de Capricórnio o rei: Salam. Com Cheraneres acontece o inesperado, ela dá a luz a gemias, duas meninas, Penélope e Colibri. As meninas cresceram juntas, rodeadas de atenção, amor, e carinho. Cheraneres e Salam sempre as trataram com igualdade. Na infância sempre foram amigas.
              Ao completaram 15 anos, a idade em que receberiam o livro, a mãe das meninas a rainha Cheraneres por amá-las igualmente chamou-as e disse:

- Eu rainha Cheraneres declaro que eu não vou entregar o livro para ninguém. O livro permanecerá aos meus cuidados até a minha morte.    

Aquela que viver mais tempo vai ser a dona do livro.
           Sentido-se traídas, Penélope e Colibri se deixaram corromper pela magia do mal e começaram uma guerra infernal.  Cheraneres e outras herdeiras que ainda estavam vivas viram a guerra de perto. Elas resolveram esconder o livro em uma caverna amaldiçoada. Cheraneres chamou um monge para prender as filhas em duas pedras e elas só poderiam voltar a viver quando as pedras se unissem.

O feitiço lançado por Cheraneres na caverna mantinha o livro em segurança. A caverna era escondida e só poderia ser localizada com um mapa que estava escondido no subsolo guardado por três bruxas que eram capazes de matar quem tentasse se aproximar do mapa.

Após laçar o feitiço que mantinha o livro em segurança, segundos antes que o monge conseguisse prender suas filhas nas pedras encantadas, Penélope e Colibri conseguem matar a rainha Cheraneres usando a magia negra.
             O livro de Pandora dava a sua guardiã poderes incalculáveis. Quem o possuísse podia controlar o mundo.  Daí o motivo para a ambição das irmãs Penélope e Colibri. Mas no momento exato da morte da rainha o monge prende as irmãs nas prendas encantadas impossibilitando-as de possuírem o livro de Pandora.

O RETORNO

Com o passar do tempo as pedras onde Penélope e Colibri estavam presas formaram uma pirâmide. Depois de 9.876 anos de prisão das irmãs, dois amigos exploradores: Jandareste e Jon souberam que na pirâmide havia muito ouro, joias e pedras preciosas. Os corajosos e ambiciosos, foram até lá para investigar.
             Ao chegarem a Capricórnio, procuraram as relíquias da antiga cidade de Sarval, onde se encontrava a pirâmide. Com muito esforço os jovens conseguiram chega à pirâmide de Jeser. A pirâmide ficou conhecida assim por que Jeser há séculos atrás conseguiu desfazer o feitiço que protegia as pedras, mas não sobreviveu para descobrir o segredo nela existente.

Após localizarem a pirâmide os dois exploradores encontraram uma passagem secreta, uma tocha que Jon sem perceber colocou sua mochila enquanto procurava as ferramentas para escavar o local na busca pela entrada, fez com que uma imensa porta de pedra se abrisse e Jon e Jandareste se depararam com uma sala vazia, escura e fria. Não havia ouro, jóias e nem pedras preciosas, apenas duas mesinhas em lugares opostos com uma pedra sem valor em cada uma. Sem saber que as pedras eram encantadas Jandareste e Jon, uniram as pedras, um brilho enorme que fez com que os exploradores perdessem por uns instantes a visão. De repente surgiram duas mulheres encantadoras, uma com cabelos brancos como as nuvens e a outra com cabelos negros como as trevas, mas com o mesmo rosto. Os rapazes ficaram encantados com tanta beleza. Penélope e Colibri retornaram a vida e os poderes delas voltaram em dobro.
            Entretanto o encantamento de Jon e Jandareste não demorou muito para passar. Quando as duas se viram se enfrentaram mais uma vez. Com a luz dos feitiços que elas se lançavam as jóias escondidas na caverna apareceram, mas os exploradores nem ligaram, pois estavam mais interessados era em encontrar uma maneira de sair daquele lugar pavoroso. As jóias já não eram tão importantes quanto escaparem ilesos. Então se lembraram que dentro das mochilas que levaram para esta missão, havia muitas dinamites. Esperaram uma oportunidade e quando as irmãs não estavam vendo, colocaram as dinamites e explodiram a caverna abrindo um enorme buraco e fugirão. Correram sem olhar para traz, nem se importaram em prender as irmãs rivais.
               Metade da caverna foi destruída com a explosão, a outra metade desmoronou no instante em que Penélope e Colibri saíram do local.

O MONGE
               Quando as duas irmãs saíram voando da caverna destruída, os exploradores que corriam o máximo que as pernas aguentavam para longe da pirâmide, um monge chamado: Guiapis apareceu na frente deles e disse...

- Meus amigos que estão aqui eu retornei do meu sono profundo para lhes dizer que o destino de vocês: e derrotar a feiticeira negra: Penélope e sua irmã a feiticeira branca: Colibri e o meu destino e ajudar vocês a derrotá-las.
         O monge Guiapis veio da china a muitos anos atrás a pedido da rainha Cheraneres para ajudá-la a conter a maldade das filhas.
          Guiapis era muito conhecido na cidadezinha chinesa onde morava por seus poderes e feitos incríveis. Era um homem místico e sábio. Mesmo tendo conseguido prender Penélope e Colibri, o monge sentiu que elas ainda representavam perigo e lançou sobre si um encantamento que o manteve vivo por todos esses anos. O monge permanece preso em uma pedra e dela só sairia no exato momento em que Penélope e Colibri voltassem à forma humana. Dessa forma o monge poderia deter as irmãs novamente;

Ouvindo as palavras do monge e tendo presenciado tantas coisas inacreditáveis Jon disse:
             _ Ou ou ou ou ou ou  pêra ai  não somos heróis, somos apenas exploradores .
            _ Foram vocês que libertaram as duas. Desse o monge: Guiapis. Aquele que desfizer o feitiço, dele será a responsabilidade para reparar seu erro.
          – Mas como podemos derrotar essas duas doidas. Que soltam raios, que destroem tudo e ainda podem voar? Disse Jandareste.
                  _ Achando o livro.
                  _ Que livro. Disseram os dois exploradores.
                  _ O livro de Pandora ora bolas. Disse o monge.
                 _ mas como achamos esse bendito livro. Disse Jandareste tentado a ajudar o monge.
                 _ Encontrando o mapa. Disse Guiapis.

      _ Que mapa? Essa historia está cada vez mais complicada. Falou Jon já ficando preocupado.
                 _ Existe um mapa que pode nos levar diretamente ao livro.

  _ Então diga logo como encontramos o mapa. Disse Jon ansioso.
                _ Me sigam. Disse Guiapis, seguindo em direção as belas colinas Geladas as margens do Rio Cobra Verde.


EMBUSCA DO MAPA. 

Viajaram durante vários dias e noites sempre seguindo as margens do rio em direção as colinas Geladas.  Por diversas vezes pensaram que estavam perdidos, mas com o passar dos dias começaram a confiar no monge.
            Em uma tarde muito quente pararam para refrescar-se no rio. Jon sem saber o perigo que ali morava foi atacado por uma serpente verde gigantesca. A serpente enroscou-se em Jon e o arrastou para o fundo do rio. Jandareste muito rapidamente entrou no rio e com a sua espada conseguiu resgatar o amigo, cortando a serpente ao meio.

_ Nossa! Agora entendo porque deram esse nome ao rio... Disse Jon em tom irônico.
          _ você quase morreu e brinca com a situação? Disse o monge. Você é mesmo inacreditável.

A longa jornada a procura do mapa foi cansada, mas a beleza dos locais que passavam era uma recompensa para tanto esforço. Passaram pela Floresta das Árvores Prateadas, um lugar encantador, árvores enormes que com a luz do sol brilhava como a prata. Passara pelo bosque Oculto, um lugar encantado que fazia com que eles por mais que andasse voltassem para a entrada do bosque. E só com a magia do mago, após varias idas e vindas conseguiram sair do lugar.
           Em fim chegaram as Colinas de Gelo, um lugar que, como o próprio nome diz, mesmo com o sol brilhante de verão permanecia coberto de gelo. Eram varias colunas muito altas e próximas umas das outras, com pedras escorregadias. Ao subirem em uma das montanhas geladas perceberam que teriam de atravessar o rio para chegarem ao mapa.

O mapa estava escondido em uma pequena ilha chamada de Ilha das Sereias. Recebeu esse nome por estar protegida por sereias filhas de Possêidon a pedido de Zeus. As sereias mantinham os navegantes afastados do mapa.
            De repente o sol fez com que uma parte da montanha de gelo quebrasse e Jon ligeiramente falou:

_ Não temos barcos para atravessar o rio. Está é a nossa chance.
               _ Bem pensado Jon. Vamos agir rápido. Disse Jandareste.
              Os três pularam na barra de gelo seguraram firme e começaram a navegar.  O gelo fez com que as sereias se afastassem dos navegantes. Mas quando se aproximaram da ilha, elas começaram a atacar com um canto ensurdecedor.

Guiapis mas uma vez usou sua magia e consegui se livrar das filhas de Possêidon.
            Ao chegar à ilha, encontraram um lugar sem vida. Comparado a tantos lugares maravilhosos por que passaram a ilha não tinha nada. Haviam árvores mortas e um muro que dava para uma escada que os lavava ao subterrâneo da ilha. O monge disse:

                         _ Chegamos.
                         _ É aqui? Mais e tão velho feio! Disse Jon.

Sem se ligar no comentário de Jon o Guiapis explica:
              _ Há muito tempo atrás, vendo a ganância e a ambição de suas filhas, Colibri e Penélope, a rainha Cheraneres decidiu proteger o Livro de Ouro ou Livro de Pandora, da maldade de suas herdeiras. A rainha não achou certo privar o mundo dos segredos do livro, assim resolveu fazer um mapa de como encontrá-lo. Mas procurou proteger ao máximo o local onde o mapa está escondido. Assim colocou dentro desta tumba três bruxas que estão encarregadas orientadas para matar aquele que ousar toca no mapa. Disse o monge.

_ Mas se isso é verdade Guiapis, como vamos pega-lo? Disse Jon se tremendo de medo.
               _ Só tem um jeito de saber. Disse Jandareste.
                _ Qual? Disse Jon, com os joelhos tremendo.
                _ Entrando. Disse Jandareste irônico.

Todos começaram a descer as escadas em fila, primeiro Guiapis seguido de Jandareste que era seguido por Jon que tremia tanto que dava para ouvir seus dentes baterem. Em fim chegaram a temida e escura tumba.

AS TRÊS BRUXAS

Eles entraram na caverna e foram até uma base. Jon já começara a perder o medo daquele lugar sinistro. Pelo silencio do local começou a pensar que as bruxas não existiam mais, quando der repente três aparceiram saídas da imensa escuridão e disseram:
                  _ O que vieram fazer aqui? O que procuram?

Enquanto falavam rodeavam os exploradores e o monge e faziam gestos ameaçadores. Não queriam ouvir respostas as suas perguntas. Preparavam-se para matá-los.
              _ Saiam, afastem-se. Disse Guiapis, jogando bolas de fogo, nas bruxas.
              As bolas de fogo romperam o teto da caverna, a claridade dos raios do sol inundou a câmara e as feiticeiras, Penélope e Colibri puderam ser vistas pelos viajantes.
             Espertas, as filhas de Cheraneres seguiram Jon, Jandareste e Guiapis até o local onde o mapa estava escondo.

  A chegada das novas invasoras não mudou a opinião das bruxas, elas agora teriam não três, mas cinco para destruir. Então uma batalha começou. As bruxas hipnotizaram os exploradores e fizeram com que eles as defendessem. Enquanto Jon e Jandareste lutavam contra Colibri e Penélope, Guiapis lutava contra as bruxas.
            Vendo que sozinho não conseguiria derrotá-las e percebendo o truque das bruxas para enfraquecê-lo Guiapis, atirou uma pedra em Jandareste que logo despertou do encantamento. Percebendo o sucesso do seu plano Guiapis disse:
               _ Jandareste aproveite a com fusão e pegue o mapa.
                   Neste momento Jandareste percebeu que em um canto escuro e coberto por casas de aranha, havia uma mesa de pedra de granito onde encontrava-se um pequeno baú.
                   Guiapis percebeu que Jandareste tinha dúvidas e gritou:
                    - rápido, pegue o baú...
                Não foi apenas Jandareste que ouviu as instruções do monge, Penélope também ouviu e correu em direção ao baú. Jandareste conseguiu chegar ao mapa a frente de Penélope, mas esta o machucou, ficando com a posse do mapa para si. Colibri percebendo a proeza da irmã foi atrás dela.

 Jon acordou do encanto e matou as três bruxas com a espada que Jandareste havia matado a cobra no Rio Verde. O sangue da cobra na espada eliminou o poder das bruxas e as reduziu a pó.
              Com o perigo das bruxas tendo sido eliminado, Jon e Guiapis foram ajudar Jandareste que havia sido ferido Por Penélope. O ferimento na perna de Jandareste, causado por um feitiço poderoso de Penélope, fez com que o explorador ficasse desacordado por alguns instantes. Tempo suficiente para que elas se afastassem da ilha das Sereias.
               Guiapis conseguiu curar Jandareste com um dos seus encantamentos e os três saíram da caverna. Para atravessarem a ilha o monge usou um encantamento que faz com que as águas do rio se abrissem formando um caminho para que pudessem passar.
                                         Jon disse ao monge:
         _ Você podia fazer isso e nos deixou congelando em um bloco de gelo?
         -Feitiços são necessários apenas quando não podemos evitá-los. Disse o monge.

EM BUSCA DE UM ESCONDERIJO

Os três agora amigos, seguiram viagem em busca de Colibri e Penélope. Orientados por Guiapis, sabiam que encontrariam as irmãs não muito longe, pois elas logo parariam a jornada para brigarem pelo mapa.
       Es encontraram as duas em um lugar subterrâneo, uma tumba com varias colunas que formando um circulo com apenas uma entrada. Como Guiapis falará as duas disputavam a posse do mapa. Brigavam como nunca.

Jon, Jandareste e Guiapis entraram na tumba e não foram percebidos pelas irmãs briguentas. Foi quando Guiapis percebeu que assim como não notaram suas presenças, Penélope e Colibri também não estavam ligando para o mapa, então o monge fez um sinal para que Jon o pegasse. Jon como de costume estava morrendo de medo que aquela briga se voltasse para eles, mas criou coragem quando percebeu que Jandareste estava lhe dando cobertura.
           Jon foi devagarzinho, se esquivando dos raios provocados pelos feitiços lançados por Penélope e Colibri, até que conseguiu pegar o mapa. O medo de ser visto pelas feiticeiras fez com que Jon deixasse cair uma medalhinha que trazia pendurada em um cordão em seu pescoço. O tilintar da medalhinha no chão fez com que Penélope e Colibri percebessem a presença dos três. Mas dessa vez Jon, Jandareste e Guiapis foram mais rápidos e fugiram levando o mapa. Penélope e Colibri saíram a procura do mapa.

_ Precisamos de um esconderijo e rápido. Disse Jandareste ao perceber que as irmãs estavam cada vez mais próximas de alcançá-los.
          ­_ Já sei. Disse o Guiapis lembrando-se de um local adequado para que ficassem em segurança.

O monge os levou para uma cabana velha perto de um vulcão que estava adormecido desde quando as gêmeas Penélope e Colibri nasceram. A cabana era espaçosa e nas mochilas dos espoliadores tinham tudo o que eles precisavam para trabalhar.
            Organizaram a cabana de maneira que ficasse confortável e quando eles terminaram de por tudo no lugar começaram a desvendar o mapa. Passaram muito tempo tentando. Dormiam pouco, e se revezavam nas buscas por alimento, água e vigia. Sempre que pensavam ter decifrado o enigma do mapa, percebiam que algo não se encaixava. Precisavam de muita concentração para esse trabalho.

A paz do esconderijo fez com que Jon conseguisse entender o ponto de partida do mapa. Era um lugar ao sul da cidade de Capricórnio, depois de um pequeno braço do mar, uma ilha muito bonita e com muitas árvores além das montanhas.
                Elesaíram da cabana em busca do local indicado no mapa. E mais uma vez não estavam sozinhos. Penélope e Colibri conseguiram encontrá-los e os seguiram sem que eles percebessem.

A CAVERNA DAS INLUSÕES

     Encontrar a ilha indicada no mapa não foi tão fácil. Por vários dias e noites eles caminharam, vários perigos enfrentaram. Para chegarem à ilha teriam que contar com cavalos para transportá-los com mais rapidez. Assim saíram da segurança das proximidades de um vulcão e foram se aventurar á caminho de um pequeno vilarejo chamado Venus, conhecido por seus animais bem cuidados, saudáveis e velozes.
              Penélope e colibri apesar de estarem todo o tempo buscando a gloria individual e nunca se ajudarem, eram bem espertas e conseguiram decifrar o mapa no pouco tempo em que passaram com ele. Encontraram a ilha com certa dificuldade, porém mais rápido do que os exploradores e o monge.

Os cavalos levaram Jon, Jandareste e Guiapis até a praia o mais rápido que podiam. A vista era maravilhosa, podiam ver da beira do mar a deslumbrante ilha. Suas arvores gigantescas e de um verde nunca visto antes por eles.
              Guiapis percebeu que só havia uma maneira para que pudessem colocar os pés na bela ilha e as mãos no livro de Pandora. Imediatamente lançou um encanto que transformou a areia da praia em uma embarcação.

              _ Magnífico!!! Surpreendente. Disse Jandareste.
             _ É sem duvida o maior dos seus encantos. Ou melhor o mais belo. Disse Jon boquiaberto.
            _ Não podemos perder tempo, Penélope e Colibri já estão na ilha, eu posso sentir. Disse o monge.
          _ E nós podemos ver... Disse Jon, olhando fixamente para ilha onde naquele momento surgiram clarões como raios furiosos.

 O barco navegou tão rápido que sem que pensassem em um plano para derrotar as irmãs já estavam lá.
           Quando eles chegaram à ilha Penélope e Colibri estavam travadas em uma briga infindável. O cenário que fazia fundo a briga das duas era de uma entrada para uma caverna. De fora podiam perceber um azul celeste dentro da caverna e perceberam que teriam que encontra rápido um jeito de entrar, pois a caverna aparecia no mapa como o esconderijo do Livro de Pandora.
            Enquanto Penélope e Colibri brigavam, eles aproveitaram a oportunidade e entraram na Caverna das Ilusões. Mas elas perceberam e entraram logo depois. Quando todos estavam dentro da bela caverna tudo ficou sem sentido, começaram a aparecer coisas estranhas, tudo começou a se mexer, o que não era mais o que era, nada era real. Os medos de cada um deles tornaram-se reais, do nada todos via uma coisa diferente. O monge via o palácio de Capricórnio desmoronando e lutava com toda a sua magia para mantê-lo de pé. Jon via as três bruxas da Caverna das Sereias e tentada desesperadamente matá-las com sua espada. Jandareste via a mote de sua namorada, via-se com a bela Alana em seus braços, chorava copiosamente, sentia-se incapaz. Penélope via seu pai matando-a, sentia a dor e o desespero da morte. Colibri via-se envelhecida, enrugada, de cabelos brancos, doente e feia.

Lutavam tanto para vencerem seus medos que por um milagre não se matavam. Um dos raios por eles lançados atingiu o monge Guiapis que despertou da sua ilusão e conseguiu ver o livro no de um lago azul, e uma pequena pedra, com aproximadamente 7 cm, do tamanho de uma laranja, no teto da caverna, mais precisamente em cima do lago azul.
          Guiapis lembrou que aquela pedra havia sido enfeitiçada por ele e pela rainha Cheraneres para causar ilusões em quem conseguisse entrar na caverna. Guiapis quebrou a pedra acabando com o feitiço. Penélope estava na beira do lago e rapidamente pegou o livro.

A BATALHA DAS FEITICERAS

 Penélope saiu voando em direção ao vulcão, Colibri a seguiu também voando, os exploradores e o monge voltaram para a praia no barco encantado e depois pegaram seus cavalos e cavalgaram atrás de Penélope e Colibri.
      Elas voaram para o topo do vulcão e lá do alto travaram uma batalha pela fonte do poder absoluto, o Livro de Pandora. Penélope e Colibri pairavam no ar lançando raios e feitiços, transformaram seus braços em espadas afiadas, tornando a batalha ainda mais perigosa. Nem de longe as duas pareciam aquelas crianças encantadoras que brincavam juntas acompanhadas pela mãe.

Guiapis, Jandareste e Jon seguiram Penélope e Colibri, passaram pelo pequeno vilarejo de Vênus, seguram a trilha que levava a seu antigo esconderijo. A cabana estava toda destruída.
               -   Elas  destruíram nossa cabana! Falou Guiapis. Nesse momento eles levantaram o olhar e avistaram as duas no topo do vulcão brigando.
               -   Levaremos dias até chegarmos até elas. Disse Jandareste.

 -Tanto esforço, chegamos tão perto e estamos tão longe... Disse Jon.

Guiapis olha para a tristeza nos olhos dos exploradores e transforma seus cavalos em belos cavalos alados e o seu em um magnífico unicórnio voador.
            -    Guiapis  você sempre nos surpreende. Disseram os rapazes em coro.
            -   não temos tempo para elogios, voem. Disse o monge.

Os três chegam muito rápido ao topo do vulcão e percebem que de perto a batalha entre as duas ainda era mais horrível. Elas lutavam com todas as suas forças, pois essa era uma batalha pelo poder divino, pela gloria, por um poder maior, supremo. Era a verdadeira batalha das feiticeiras.
                Guiapis entrou na batalha por entender que era seu dever proteger o livro, não devia permitir que o livro ficasse com nenhuma delas, pois se a força suprema caísse nas mãos de Penélope ou Colibri elas seriam capazes de destruir o mundo. E quando Guiapis ia interromper a batalha.

_ Espere um pouco. Disseram os exploradores. Não é mais necessário.
           -lhe Penélope empurrou Colibri para dentro do vulcão. Falou Jon.

Nesse momento o monge com os seus poderes levitou o livro até ele. Penélope ficou tão feliz com a derrota da irmã que nem percebeu que o livro já não estava mais com ela. Jandareste, Jon e Guiapis voam com o livro para a cabana, que é protegida pelos feitiços do monge contra a magia de Penélope.

O LADO OCULTO DO MAPA.

                  Penelópe fugiu em direção ao mar. ela mergulhou fundo e entrou em uma caverna submersa na água. Nessa caverna havia uma pequena concha, negra como seus cabelos. Dentro dessa concha o monge Guiapis havia prendido o exército negro, utilizando sua magia. Um exército comandado por Penélope. Um exército capaz de acatar qualquer ordem de sua rainha.
                   O   monge, com a ajuda dos exploradores reconstruiu a cabana em poucos minutos. Guiapis parecia muito nervoso, nunca, durante os dias em que estiveram juntos, Jon e Jandareste tinham o visto tão preocupado.
               -    Por que você está tão nervoso? Disse Jon

_ È, conseguimos o livro. Porque não está feliz?Disse Jandareste.

              - Precisamos reviver o exercito de Pandora. Disse o monge.
                -        Por    que?  Já   está tudo bem. Falou Jon.

_ Vocês não entendem. Ela vai volta com o exercito negro e precisamos estar preparados. Precisamos lutar para defender O Livro de Pandora.

Nesse momento os exploradores repararam para o livro nas mãos do monge. Em meio a tanta confusão ainda não tinham reparado a beleza sublime do livro.

O Livro de Pandora era brilhante, com suas paginas todas em ouro. Era um objeto realmente incrível, magnífico. Havia uma fechadura de diamante, tão brilhante que chegava a doer nos olhos.

_ Para que tanto nervoso. Disse Jon. Temos o livro!
                         -. Podemos usá-lo contra Penélope. Disse Jandareste.

_ Temos o livro, mas ainda não possuímos a chave de cristal. Falou Guiapis.
                     -Tánão. Ta ficando complicado. Disse Jon. Uma chave?
                                        _ E onde podemos encontrá-la?

_ Essa parte da proteção dos segredos do livro a rainha Cheraneres não me revelou.
                                     _ Então com faremos? Disse.

O monge pensou um pouco em silencio e respondeu aos exploradores:
                                       _ O mapa                  
                                       -Omapa? Disse Jandareste.
                          _ Sim, disse o monge. Precisamos analisar o mapa com calma, é nele que está a localização da chave.

  Guiapis durante vários dias e noites dedicou-se a encontrar uma forma de descobrir os segredos do mapa. Enquanto os exploradores cuidavam dos cavalos alados e do unicórnio, procuravam alimentos e água e se responsabilizavam pela segurança do local.

Durante o tempo em que tentavam encontra a chave de cristal, Penélope revivia e treinava seu exercito negro.

Em fim Guiapis conseguiu fazer uma porção chamada Baba de Dragão. Essa porção podia revelar qualquer segredo oculto. O monge a lançou sobre o mapa e seus segredos e enigmas foram revelados.

“Quando o chifre do unicórnio na arvore de prata tocar, a localização da chave aparecera”. Essas foram as palavras reveladas pelo mapa.

A CHAVE DE DIAMANTE 

Jon e Jandareste olharam confusos para G  Esperavam que o mapa revelasse onde estava localizada a chave, mas só obtiveram mais um enigma para decifrar.

Por um curto espaço de tempo os três ficaram pensativos, um silencio enorme invadiu a cabana, ouvia-se apenas o cantar dos pássaros e o bater das assas dos cavalos voadores.

Quando a noite caiu, a escuridão tornou ainda mais confusa à compreensão das palavras reveladas no mapa. Jon imaginava: “como podemos descobrir a ligação entre árvore de prata e a chave de diamante”?

Jandareste entendia que só pode ser um sonho, ou melhor, um pesadelo. “Procurávamos um tesouro e o que encontramos foi problemas” pensava ele com angustia.

Cada um deles lia e relia a frase revelada no mapa, olhavam cada detalhe com muita atenção na esperança de encontrar a solução para o enigma.

Aos poucos os três aventureiros começaram a trocar palavras e idéias foram surgindo. Jon começou:

_ Árvore de prata... Pode estar relacionada a floresta de prata. Mas em meio a tantas árvores qual será a árvore certa...

­_ É isso Jon. Passamos por uma árvore majestosa, que fica no meio da floresta de prata, deve ser ela, só pode ser ela...

_Chifre de unicórnio só pode ser o meu unicórnio. Disse o monge confuso.

_ É isso levaremos o unicórnio até a Floresta de Prata encontraremos a árvore de prata e pronto, a chave de diamante será nossa. Disse Jon parecendo entender tudo.

_Então vamos. Disse Jandareste. Não podemos perder tempo.

_ Não, não, não... Vamos à manhã cedinho, é tarde e nessa escuridão não conseguiremos encontrar a árvore. Disse Jon.

Todos concordaram, a noite estava sem luar e parecia mais escura do que nunca. No dia seguinte, como haviam combinado, levantaram-se cedinho, tomaram café, deram feno aos cavalos alados e ao unicórnio, arrumaram as mochilas, conferiram os suprimentos e as ferramentas que provavelmente utilizariam na busca, subiram nos cavalos e levantaram vôo até a Floresta de Prata.

Procuram sem cessar, por todos os cantos da floresta, andaram muito, olharam com atenção todos os detalhes que pudessem levá-los a árvore certa. Até que chegaram ao centro da floresta, um local de difícil acesso, isolado, apenas os pássaros conheciam.

Haviam varias árvores, flores de diversas cores deixavam o ar perfumado e a paisagem mais bela, mas em meio aquela beleza natural e exótica uma árvore se sobressaia, era exuberante, imponente, linda. O sol refletia em suas folhas prateadas e iluminava tudo ao seu redor. Era sem duvidas a árvore mais bela da floresta.

_ Sim encontramos. Disseram os aventureiros certos de que tinham conseguido seu propósito encontrar a árvore de prata.

_ Tragam o unicórnio. Disse Guiapis.

Jon e Jandareste levaram o unicórnio até o monge. Guiapis fez com que o unicórnio carinhosamente tocasse o chifre na arvore central e uma luz extremamente forte fez com que todos fechassem os olhos.

Era uma luz intensa, clara e dela apareceu uma casinha parecida com uma casa de passarinho. Todos ficaram confusos.

_ Como? A chave é está casinha? Ou esta dentro dela? Disse Jon surpreso.

_ Mas não pode ser. A fechadura do livro é maior que essa casinha. Disse Jandareste.

Uma pena do pegasus de Jandareste caiu no chão e um pequeno furacão se formou. Do meio desse furacão surgiu uma vidente chamada Calisto.

_ Vamos entrar. Disse Calisto apontando em direção a pequena casa.

_ Onde? Disse Jon olhando admirado para a casinha.

_ Em minha casa. Disse Calisto.

_ Como? Essa casa não cabe nem a nossa curiosidade. Disse Jandareste.

O monge fez um sinal de reprovação para as palavras dos exploradores. Depois de tantos acontecimentos como podiam ainda pensar que tudo que viam era como realmente era? Como podiam duvidar da magia? Será que ainda não haviam compreendido que tudo é possível?

A vidente estalou os dedos e em segundos estavam os quatro dentro da sua pequena moradia. O interior da casinha era muito esquisito. Havia uma mesa no meio da sala, uma chaminé atrás de uma das cadeiras da mesa e do outro lado mais três cadeiras, no centro da mesa estava uma bola de cristal. Não haviam janelas, nem quadros na parede, somente um pequeno lustre em forma de estrelas.

Calisto fez sinal para que todos sentassem. Ela sentou na cadeira que a deixava de frente para a lareira. Jon, Jandareste e Guiapis sentaram-se ao redor da mesa. Calisto aproximou-se da bola de cristal tirando-a do centro da mesa e puxando-a para mais perto de si.

_ Sei o que procura! Falou a vidente envolvendo a bola de cristal com as mãos.
             _ Você Sabe onde está a chave? Disse o monge.

Por um momento a vidente olhou para eles em silencio, depois com um gesto nas mãos puxou da bola de cristal um baralho e disse:
                            _ Não, mas as cartas sabem.

A vidente parecia ter uma intimidade incrível com as cartas. Elas dançavam nas mãos de Calisto de uma maneira fascinante. Repentinamente ela pede para que Guiapis puxe uma das cartas de suas mãos. O monge obedece, pega uma carta e a entrega a Calisto. Olhando fixamente nos olhos de Jon a vidente diz:

_ O que você procura esta na tumba dela no fundo do rio que você quase morreu.

Jon não entende muito bem e pergunta:

_ Dela? Quem é ela? Na tumba de quem? Uma tumba no fundo de um rio? Isso é loucura?

_ Não, isso é magia. Disse Guiapis. Como tudo que viveram até agora.

Após a revelação da vidente ela os transportou para fora da pequena casa e eles saíram da Floresta de Prata em direção ao Rio Cobra Verde. Apesar da vidente não ter revelado o nome do rio, sabiam que se tratava do Rio Cobra Verde por se lembrarem do episodio em que Jon fora atacado um uma imensa cobra verde e quase morrera nesse rio.

O rio não era muito longe da Floresta de Prata e como foram voando chegaram rápido a sua margem. O problema seria como encontrar o local exato dessa tumba.

_ Quem está nessa tumba? Perguntou Jandareste ao monge.

_ Pandora. Disse o monge com uma voz firme.

_ O que? Pandora? Mas, mas, não é possível! Jon falou surpreso.

_ Quando irão acreditar que tudo é possível? As vidas de vocês jamais serão as mesmas. Vocês foram escolhidos para conhecerem os segredos da vida. Para vivenciarem a magia que existe num mundo paralelo ao que vocês já conhecem. Revelou Guiapis aos exploradores.

Falando palavras que Jon e Jandareste não podiam compreender, Guiapis fez sair do fundo do rio uma luz. A luz vinha do sul do rio não muito longe de onde eles estavam.

Voaram até o local de onde vinha a luz, e quando lá chegaram Guiapis ordenou a Jon e Jandareste que mergulhassem bem fundo no rio, até encontrar o local onde estava a tumba de Pandora.

Os exploradores obedeceram ao monge, e conseguiram encontrar a tumba mais rápido do que esperavam. Levaram a tumba até a margem do rio, Guiapis estava à espera e com sua magia abriu o jazigo e retirou do pescoço de um esqueleto, o esqueleto de Pandora, um colar onde estava pendurada uma chave toda feita de diamante com rubis e esmeraldas.

_ Conseguimos!!! Disseram os três aventureiros eufóricos.

_ Levem a tumba de volta e ponha no mesmo lugar. Disse o monge.

Novamente pronunciando palavras estranhas o monge fechou a tumba e fez sinal para que os exploradores a levassem de volta. Jon e Jandareste obedeceram mais uma vez o monge e retornaram ao fundo do rio.
              Ao retornarem para as margens do rio, subiram nos cavalo e saíram voando para a cabana. Precisavam abrir o livro e destruir Penélope. O que não sabiam era que Penélope já havia revivido seu exercito e já marcha em direção a Capricórnio.

No caminho de volta, sobrevoaram a estrada que levava até a cidade de Capricórnio e puderam ver que o exército negro se aproximava rapidamente e que era enorme. Voaram o mais rápido que puderam. Chegaram até a cabana pegaram o livro que estava cuidadosamente escondido e utilizando a chave Guiapis o abriu.

 Ao abrir o livro Guiapis reviveu o exercito de Pandora e a luta entre o bem e o mal começou. A frente do exercito negro estava Penélope, poderosa e impiedosa. Ordenando que seu exército destruísse tudo a sua frente sem poupar ninguém. A frente do exercito de Pandora estavam Jon, Jandareste e Guiapis que lutavam para poupar o Maximo de vidas possível.

Durante a batalha, por varias vezes, Jon orientado por Guiapis, tentou usar o livro para destruir de uma vez Penélope e seu exército, mas não conseguiu.
           Jandareste em uma distração de Penélope usou o poder do pegasus para levá-la ao submundo. Conseguindo assim fazer com que o poder de Penélope sobre o exercito negro fosse eliminado e o exército fosse destruído.

Depois da batalha Jon, Jandareste e Guiapis foram investigar porque não conseguiram usar o livro contra Penélope e descobriram que “ainda faltam 6 joias perdidas para que pudessem derrotar Penélope e colibri”.

Entenderam que teriam paz por algum tempo. Tempo que deveria ser suficiente para que encontrassem as 6 joias. Pois as irmãs não haviam sido destruídas, haviam sido apenas paralisadas por um tempo. Estavam apenas recuperando as forças para retornarem do seu exílio e quando isso acontecesse, deviam estar preparados para aniquilá-las.

Balbina Lídia Viana Arrais

           Dimas Macedo


                                                                        Professora Balbina Arrais

“Dona de uma beleza helênica, alta, esbelta e fisicamente perfeita”, segundo o historiador Otacílio Anselmo, Balbina Lídia Viana Arraes nasceu na Vila de São Ferrer das Lavras, aos 5 de dezembro de 1862, sendo filha de João Casemiro Viana Arraes e Mariana Infante Lima.

            Ainda para o mesmo historiador, “é possível que tenha feito os seus primeiros estudos no próprio lar, tendo como professores seus pais, pois à época não havia estabelecimentos públicos e nem particular de ensino”, o que deve ser tomado como um grande equívoco, pois a partir de 1856 já existia, na Vila de Lavras, segundo a historiadora Rejane Augusto, uma cadeira pública de ensino para o sexo feminino, regida pela professora Generoza Cândida de Albuquerque.

           É possível, sim, que a menina Balbina Lídia tenha sido aluna da professora Francisca de Mendonça Albuquerque Moraes, e deve ter tido uma juventude fulgurante, porque efetivamente bela e amplamente culta e erudita foi essa ilustre lavrense nascida no século dezenove.

            Em 1884, aos 22 anos, foi levada a Fortaleza, onde se submeteu a concurso para o Magistério Público, no antigo Liceu do Ceará, sendo aprovada com altivez. No ano seguinte, mais precisamente a 16 de janeiro de 1985, ingressou como professora da Instrução Pública do Estado, por nomeação do Presidente da Província, Honório Benedito Ottoni, o mesmo que elevou a sua terra natal à categoria de cidade, aos 20 de agosto de 1884. 

            Na qualidade de uma das primeiras professoras públicas do Ceará, Balbina começou sua carreira no magistério público cearense com bastante ânimo e determinação, primeiramente em Caririaçu, dali iniciando uma verdadeira maratona pelas vilas e cidades da região sul do Ceará.

            Em 21 de novembro de 1887, foi transferida para a vila de Várzea Alegre, onde casou com Lydio Dias Pedroso, farmacêutico, natural do Crato e cidadão cujas convicções políticas eram opostas à situação dominante.  Esse acontecimento mudou a vida da professora Balbina, pois determinou as sucessivas remoções da mesma para localidades as mais variadas.

           Em 4 de setembro de 1890, no governo de Luiz Antônio Ferraz, foi designada professora pública da sua terra natal, segundo Otacílio Anselmo, mas para Rejane Augusto ela teria entrado no exercício do cargo a 16 de janeiro de 1888, ali permanecendo até 17 de março de 1892.

         Com efeito, nesta última data, na gestão Benjamim Liberato Barroso, foi removida para Barbalha. E dessa cidade, em 9 de setembro de 1893, foi transferida para o ensino misto da cidade de Iguatu, onde se demorou menos de um ano, pois a 27 de junho de 1894, pelo mesmo governante acima referido, foi deslocada para Várzea Alegre.

              Finalmente, a 25 de junho de 1898, foi transferida para Brejo Santo, pelo presidente Antônio Pinto Nogueira Acióli. Mas com o falecimento do seu esposo, a 20 de agosto de 1898, a vida nômade de Dona Balbina chegou a um fim, iniciando-se aí a sua fase de maturidade como civilizadora social maior de Brejo Santo.

             A primeira escola pública daquele município, dirigida por Dona Balbina, foi instalada na Rua da Taboqueira, numa sala de propriedade do Coronel Basílio Gomes da Silva, chefe do executivo municipal entre 1893 e 1909, sendo depois transferida para o centro da cidade.

              Após o falecimento do seu esposo, que lhe deixou apenas uma filha, Balbina Lídia passou a ter a companhia do seu irmão, o Padre João Casimiro Viana Arrais, que chegou a Brejo Santo, como vigário, em 1903, impulsionado por uma ânsia de progresso e desenvolvimento que ainda chama a atenção dos historiadores daquele município.

             A 20 de abril de 1911, no entanto, dá-se a morte do Padre João Casemiro, com a idade de apenas 36 anos, e Dona Balbina Arrais, ainda que sozinha, resolve levar adiante a sua bandeira de lutas e de ações nos campos da vida social, educacional e religiosa daquele lugarejo, não parando mais de trabalhar, mesmo diante da sua aposentadoria, ocorrida a 16 de setembro de 1919.

            No posto de professora pública de Brejo Santo foi sucedida pela sua própria filha, Balbina Pedrosa Viana Arrais (Dona Pedrosinha), diplomada também em Fortaleza e que fez fortuna na educação daquele município.

            Jamais se aposentando da sua condição de Mestra, viveu até os últimos anos da sua proveitosa existência sempre rodeada de alunos, especialmente de crianças, que buscavam extrair dela as suas histórias e lições e o seu fulgor educacional.

           No plano da vida religiosa, fez-se igualmente notória a sua atuação. Foi presidente do Apostolado da Oração, desde a sua criação pelo Padre Viana até o seu falecimento, dirigindo também naquela localidade a Confraria de Nossa Senhora do Carmo, fundada pelo Padre Monteiro.

          Não se conformando, contudo, com a religiosidade do povo de Brejo Santo, afixou, em um dos cerros que ladeiam a cidade, um majestoso Cruzeiro, que ainda hoje ali permanece, e que se transformou, com o tempo, em símbolo de fé e peregrinação.

            Faleceu Dona Balbina Lídia aos 28 de fevereiro de 1951, aos oitenta e nove anos de idade, na mesma residência que edificou juntamente com o seu irmão, o Padre João Casemiro Viana Arraes, e que passou para a história do Cariri como o nome de Solar dos Arrais, uma das mais belas edificações do Ceará.

            Era uma criatura de raríssimo valor. Caráter sem jaça e espírito cristão por excelência, possuía um equilíbrio moral a toda prova, era portadora de uma social impressionante e a todos cativava com a sua postura de senhora altiva e sempre decidida diante das coisas do saber.

              Conhecendo o resplendor da sua trajetória e a sua luta em defesa da cultura e da educação, em 2010 propus o seu nome para a condição de Patrona da cadeira nº 36 da Academia Lavrense de Letras, ocupada por Cristina Couto, destacando no meu livro: Literatura Lavrense – Notas Para Sua História (Fortaleza, Edições Poetaria, 2010) que Balbina Lídia foi “a mais ilustrada e erudita lavrense nascida no século dezenove, com ressonância em todo o Ceará”.

             Recortes da sua biografia edificante foram tracejados por Otacílio Anselmo em dois artigos estampados na revista Itaytera, do Instituto Cultural do Cariri, e outros depoimentos sobre a sua vida e a sua obra de educadora podem ser consultados em vários sites da internet.

             Dona Balbina Lídia, de forma induvidosa, é um dos orgulhos do município de Lavras, ao lado do seu irmão, João Casimiro Viana Arrais, que se encontra biografado no meu livro Lavrenses Ilustres, e que foi um dos grandes intelectuais do Cariri, no início do século precedente.


                                                                                                Fortaleza, março de 2011