segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Dona Fideralina Augusto

                Dimas Macedo
                                                                                                                                        
                                                                   
                                                             Em Lavras da Mangabeira
                                                              poeta Dimas Macedo
                                                             um irmão da coronela
                                                             morreu por mim.
                                                                              (Gerardo Mello Mourão)

                     

1. Introdução
                 
           Primeira filha de Isabel Rita de São José e do tenente-coronel João Carlos Augusto, nasceu Fideralina Augusto Lima em Lavras da Mangabeira (CE), aos 24 de agosto de 1832, e faleceu nessa localidade, aos 16 de janeiro de 1919.   
        Conhecida como figura de destaque do coronelismo, cujo espírito encarnou com a sua armadura de guerreira, Fideralina sempre levou às últimas consequências as vinditas com os seus adversários, ganhando ou perdendo as demandas com as quais se envolveu.          
         E por tudo isso, Fideralina passou para a história como uma das maiores simbologias do mandonismo e uma das grandes expressões políticas do Ceará, difundindo-se a sua fama de mulher destemida e audaz em todos os estados do Nordeste.
         A riqueza pessoal de Dona Fideralina não foi inferior à sua fortuna política. Por ocasião da morte do Major Ildefonso, em 1876, foram inventariadas vinte e uma propriedades agrícolas e dezesseis residências na sede urbana da comuna. E como se isso não bastasse, ela requereu à Assembleia Provincial (e lhe foi deferido) o usufruto do mercado público por quarenta anos.
         Em Lavras, Dona Fideralina estabeleceu residência em casarão localizado na então Rua do Cortiço, hoje Major Ildefonso, e sua residência de campo foi encravada no sítio Tatu, no qual, além da casa-grande, foram construídos o engenho, a senzala e a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição.
          Símbolos máximos da autonomia latifundiária, esses equipamentos sempre estiveram de pé, cobrindo-se de lendas não apenas a senzala, mas também o quarto do cuvico, localizado no coração da casa-grande, e o açude, talvez o bem de maior estimação da velha matriarca.
          Sobre a parede desse açude, Fideralina costumava rezar o seu rosário e recitar as suas ladainhas, sob a invocação dos santos dos quais era devota: Nossa Senhora da Conceição, São Francisco de Assis e Santa Teresinha, mas numa noite de intensa tempestade os seus fiéis protetores não atenderam às suas preces e ela resolveu, então, desafiar o tempo, não mais se recolhendo à sua residência enquanto a chuva não passou.
          Viúva ainda muito jovem, assim permaneceu até a data do seu desenlace, sublimando a sua solidão e, possivelmente, a sua libido, com a energia que movimenta o mundo da política, mas surpreendendo pelo gosto que demonstrou pelas coisas da cultura, tendo sido, em Lavras da Mangabeira, correspondente da revista Estrella, fundada em Baturité, em outubro de 1906, pela poetisa Antonieta Clotilde.
         Um fato curioso que acho oportuno agora revelar, é que a escritora Francisca Clotilde, mãe de Antonieta Clotilde e autora do romance A Divorciada, era concunhada de Fideralina Augusto, em face do seu casamento com Antônio Duarte Bezerra, que foi professor do Liceu do Ceará e fundador do Ginásio Cearense.
          Antônio Duarte Bezerra e Ildefonso Correia Lima, marido de Fideralina, eram filhos do coronel Raimundo Duarte Bezerra, conhecido por Papai Raimundo, o grande civilizador de Várzea Alegre e ascendente de quase todas as famílias daquela região.
          No sítio Tatu, Fideralina não apenas criou negros para o seu deleite, mas os transformou em expressões de relevo da vida social do município, exportando-os também para outras regiões do Ceará, tais os casos de José Ferreira da Silva (o Zé Rainha), personagem de destaque do carnaval de Fortaleza; e de Luís Preto, que foi imortalizado pela arte de Bruno Pedrosa e pela poesia de Batista de Lima.
          Duas quadras anotadas por Joaryvar Macedo, no seu livro Ensaios e Perfis (Fortaleza: Casa de José de Alencar, 2003), têm a seguinte redação: a)O Tatu pra criar negro, / Sobradim pra criação, / São Francisco pra fuxico, / Calabaço pra algodão”; b) “Caraíba é prata fina, / Sussuarana, ouro em pó, / Xique –Xique é mala veia, / e o Tatu é negro só”.
          Vivendo num momento marcado pelo banditismo das hordas facínoras de cangaceiros, Fideralina Augusto não deixou de preservar em torno dos seus interesses e na defesa do seu código de honra, homens ágeis no manejo do trabuco, tais os casos de Antônio Preto e de Nego Bento, ou de cangaceiros destemidos do porte de um Miguel Garra.
          Para ser cabra do Tatu, no entanto, era preciso saber trabalhar com os seus bacamartes. Essa exigência, contida numa quadra popular, dá-nos a dimensão dessa conhecida figura cearense que se tornou, com o tempo, o nosso mito político de maior expressão: “Para ser caba do Tatu / precisa trazer a sina / de manejar o bacamarte / da Velha Fideralina”.
           Estórias sobre Dona Fideralina ou Histórias do Tatu, como quer o seu descendente Emerson Monteiro, é o que não falta entre os habitantes da sua região, contando-se entre elas, a desventura do Preto Luís, filho de um dos seus escravos, o qual teria tomado banho numa cacimba destinada à serventia pessoal da velha matriarca, sendo por isso açoitado, de tal forma, que decidiu não mais se banhar enquanto viveu.
            Luís Preto, após a morte de Dona Fideralina, em 1919, passou a residir em sítios e engenhos do distrito de São José (hoje Mangabeira), sendo imortalizado pelo escritor Batista de Lima no seu primeiro livro de poemas – Miranças, publicado em 1977.
             Bruno Pedrosa também desenhou o perfil de Luís Preto, tanto com o engenho da sua arte figurativa, quanto com a descrição da sua vida e da sua transfiguração após a morte, nas páginas seu livro – Sertão Ser Tão Sertão (Bassano del Grappa - Itália: Fundação Bruno Pedrosa, 2011).
         Contavam os mais antigos habitantes daquela região que o Preto Luís, de tempos em tempos, era atacado por alucinações, mas que nunca reclamava do seu infortúnio. O sangue que uma escrava de Fideralina deixara numa das paredes da senzala, depois de uma noite açoites, era por ele relembrado, em apoio a uma lenda ainda mais antiga.
           Essa mancha de sangue teria impregnado com tanta força a cal e o reboco da senzala que, por mais que a parede fosse pintada, ela sempre voltava à tona, reclamando, talvez, a reparação de uma grande injustiça.
           No município de Lavras, o imaginário popular se encarregou de divulgar muitas histórias, em cujo epicentro está a figura da velha matriarca. Uma dessas lendas, acerca da botija de Dona Fideralina, é narrada pelo escritor Emerson Monteiro, seu descendente, e nela são relatadas fantasias e superstições, mal-assombros e atmosferas soturnas que pairam ao redor dessa botija fantástica.      

2. Dona Fideralina e a Crônica Histórica

           Muito mais vasta do que a lenda e o mito de Dona Fideralina, tem sido a crônica histórica a seu respeito, valendo destacar algumas opiniões de conhecedores da nossa história política, selecionadas entre a complexa bibliografia que regista a sua trajetória.
           Em torno da sua pessoa disse Antônio Barroso Pontes: “Dona Fideralina, que na sua época dominou toda a região sul do Ceará”. E Joaryvar Macedo: “Mulher forte, Dona Fideralina tornou-se uma das maiores expressões da política cearense do seu tempo”.
            Assim opinaram Antônio Martins Filho e Raimundo Girão: “Valente espírito feminino a quem muito interessava a política cearense”. Já para Hugo Victor Guimarães foi Dona Fideralina uma “mulher extraordinária como expressão de bravura e coragem” e “uma das mulheres que tiveram maior projeção na vida política do Ceará”.
           Para o pesquisador João Alves de Albuquerque, foi Dona Fideralina a “respeitável senhora que durante longos anos dirigiu a política de Lavras, cuja chefia lhe fora arrebatada pela morte, pois, só assim, lhe seria abatido o grande prestígio que sempre desfrutou em sua terra”.
            João Gonçalves de Lemos, conterrâneo de Dona Fideralina, destacou o seu espírito de luta e o seu destemor e afirmou que ela “se revelou uma grande política, prestigiada na sua região e no Estado”.
             O poeta Gentil Augusto Lima, em conferência proferida na Associação de Imprensa da cidade de Campos (RJ), em 1955, assim se manifestou sobre ela: “Mais brava e de muito mais valor do que Bárbara de Alencar, e ainda do que Anita Garibaldi”. Já o historiador Valdery Uchôa afirmou ser Dona Fideralina uma “mulher notável pelo seu destemor e pela sua bravura”.
             João Clímaco Bezerra, em artigo estampado na revista Manchete (em 1976), buscando um paralelo para Marica Lessa, que inspirou o romance – Dona Guidinha do Poço –, de Oliveira Paiva, assim expressou o seu ponto de vista: “uma dessas mulheres que dominaram os sertões no tempo do império e que passaram ao lendário cearense como Dona Fideralina das Lavras da Mangabeira”.
           O historiador fluminense João Medeiros, em passagem de um dos seus livros, registrou que Dona Fideralina, em face de suas atitudes e coragem, merecia o respeito de toda uma vastidão rural. E argumentou: “Daí ser acatada sua palavra nos pronunciamentos políticos da região, pois conseguia ter seus filhos na representação do governo municipal, Assembleia Estadual e Câmara Federal”; afirmando também que o Padre Cícero, certa feita, chegou a ponderar que “não se podia escrever a história do Cariri sem se deter na pessoa dessa digna matrona”.
            No seu livro – Considerações a Invasão a Lavras em 1910, João Tavares Calixto Júnior considera Dona Fideralina uma “matrona absoluta” e “um mito verdadeiro, por ter sempre vivido com os pés no chão, sem a veleidade que lhe atribuem alguns transcritores de sua história de vida”, [fazendo] “valer a sua fama pela intrepidez de sua palavra e o garbo de suas ações”.
            Uma crônica importante a seu respeito, fica por conta de Rachel de Queiroz, que, em artigo estampado na revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, de 07 de agosto de 1946, afirma que Dona Fideralina foi “a mais famosa dona do Nordeste e a senhora de maior cartaz do seu tempo”, acrescentando ter sido a velha matrona lavrense “uma espécie de rainha sem coroa”.
           Ainda segundo as palavras de Rachel, “Das margens do São Francisco aos seringais do Amazonas a palavra de Dona Fideralina era lei. Sendo de corpo uma fraca mulher como nós todas, tinha, entretanto, uma alma de varão, e como varão era não apenas reconhecida, mas temida”.
            E prossegue a autora de O Quinze: “Como toda pessoa que cai no folclore, acontece que a figura de Dona Fideralina foi algumas vezes deformada, envenenada, pois a boca do povo sempre altera o que repete, para o bem e para o mal. E assim, porque Dona Fideralina não tinha medo de ninguém, porque sendo apenas uma mulher, sabia fazer-se respeitada como um coronel de bigodes; porque, num tempo em que o cangaço era a lei única e nem o exército podia direito com um bando de jagunços (exemplo: Canudos, Juazeiro, Princesa), Dona Fideralina também se cercava de cabras para a defesa dos seus e da sua casa”.
            Na fase mais criativa da maturidade, ao publicar a sua obra-prima – Memorial de Maria Moura (São Paulo: Siciliano, 1992) – Rachel de Queiroz foi incisiva ao dizer que se tratava de um romance à clef, inspirado em Dona Fideralina. E mais: chegou a publicar um folheto intitulado: Dona Fideralina das Lavras (Rio: UFRJ, 1990), de parceria com Heloísa Buarque de Holanda.
           Além das fontes acima referidas, opiniões sobre Dona Fideralina podem ser vistas na obra de Fátima Lemos, Olga Monte Barroso, Raimundo de Oliveira Borges, Melquíades Pinto Paiva, Maria do Carmo Fontenele, Lindemberg Aquino, Emerson Monteiro Lacerda, Rejane Augusto e Joaryvar Macedo, que escreveram retratos ou perfis dessa destemida matrona cearense.

3. A Paixão Pela Política

            Apaixonada pela Política e pelas decisões que brotavam da sua vontade, em Lavras, investiu-se com todas as prerrogativas no poder local, fazendo o jogo dos interesses políticos com a posição da Intendência; e, não conseguindo demover o seu filho, Honório Correia Lima, da chefia do partido governista, em 26 de novembro de 1907, retirou o mesmo do poder pela força do velho bacamarte, cobrindo-se depois de luto e se enfurnando em sua fazenda, durante certo tempo.
           Esse fato, como bem salientou o escritor Joaryvar Macedo, trouxe consequências funestas, não somente para os membros da família Augusto, da qual Dona Fideralina era o pedestal máximo de referência, mas para todo o Município de Lavras.
           Essa vocação de Dona Fideralina para as coisas da Política, ela recebeu como herança dos seus ancestrais. Seu pai, João Carlos Augusto, antigo deputado provincial, fez-se, na região do Vale do Salgado, um dos maiores políticos do seu tempo.
          Manteve Dona Fideralina relações de amizade com o Padre Cícero, e com os maiores coronéis do Cariri, colocando-se contra ou a favor dos que rezavam ou não rezavam pela sua cartilha, mandando e desmandando nas coisas da política sempre que achava que assim devia proceder.
           E o vulgo popular compreendeu, e a literatura de cordel registrou que Dona Fideralina Augusto, diferente dos grandes coronéis do Cariri, queria mandar nas coisas da Política para além de sua região: “O Belém manda no Crato/ Padre Cícero em Juazeiro/ Em Missão Velha Antônio Róseo/ Barbalha é Neco Ribeiro/ Das Lavras Fideralina/ Quer mandar no mundo inteiro”.
             Esse improviso de cunho popular, atribuído ao poeta José Pinto de Sá Barreto, de Barbalha, não é superior, contudo, a esta sextilha de Fausto Correia de Araújo Lima, de Lavras da Mangabeira: “Nós temos quatro governos/ que assim se discrimina:/ do País e do Estado/ que nos rege e nos domina / o governo do Município/ e a Velha Fideralina”.
          Na sua terra de berço, jamais admitiu que alguém tivesse mais poder do que ela, vivendo sempre às turras com o Monsenhor Miceno Linhares, político cearense da maior expressão e que foi vigário de Lavras durante o apogeu do seu mandonismo. Fideralina vasculhou de tal forma a vida desse sacerdote, que terminou descobrindo, em Tauá, um deslize por ele cometido, dando ciência do feito a seus paroquianos, através de um panfleto bastante audacioso.
             Na primeira década do século precedente, Dona Fideralina tomou partido em várias refregas no sul do Ceará, e de todos esses conflitos saiu-se muito bem, fazendo, em Lavras da Mangabeira, o casamento da sua filha Josefa com o Juiz de Direito da Comarca – Dr. Gilberto Ribeiro de Saboia –, ameaçando-o com uma severa imposição.
         Quando o Padre Cícero foi destituído das ordens de sacerdote, no final do século dezenove, Dona Fideralina empenhou-se em abrigá-lo na casa de um dos seus sobrinhos – o Padre João Carlos Augusto – na cidade de Salgueiro (Pernambuco), e não podemos esquecer que o seu filho, Ildefonso Correia Lima, foi um dos integrantes da comissão designada para a verificação científica dos milagres de Juazeiro, tendo ele atestado a sobrenaturalidade dos fatos.
         Em 1898, Dona Fideralina já se encontrava envolvida numa das primeiras deposições de coronéis no extremo sul do Ceará, em face, sobretudo, da sua ligação com o Padre Cícero, em cuja cartilha realizou os seus estudos de graduação, no campo da Política.
         Em 1901, entrelaçou-se essa matriarca com a deposição de Antônio Róseo Jamacaru, em Missão Velha, posicionando-se ao lado do Coronel Santana; e, em 1908, participou da expulsão do coronel Totonho Leite de Oliveira do comando político de Aurora
          Em 1902, como registra Joaryvar Macedo, no seu livro – Império do Bacamarte (Fortaleza: Casa de José de Alencar, 1990) –, a velha matriarca de Lavras determinou a invasão de Princesa, no Estado da Paraíba, para vingar a morte do seu neto, Ildefonso Augusto, constituindo, na época, o Batalhão de Dona Fideralina, comandado pelo coronel Zuza Lacerda.
           Os restos mortais do Dr. Ildefonso foram removidos do cemitério de Princesa, enterrados no cemitério de Recife e depois conduzidos até à cidade de Lavras, onde receberam honrosa sepultura, sobre a qual ressumbra o símbolo do seu credo político – a Maçonaria. Não muito longe desse monumento, Dona Fideralina veio a ser enterrada, em túmulo revestido de mármore de Carrara.
          Em 1911, convidada pelo Padre Cícero a participar do conhecido Pacto dos Coronéis, nesse ato Dona Fideralina se fez representar pelo seu filho, o célebre Coronel Gustavo, que enviou a Juazeiro o coronel João Augusto, neto da velha matriarca.
          Num dos seus poemas sobre a Revolução de 1914, que derrubou o Governo Franco Rabelo, no Ceará, o Cego Aderaldo oferece-nos um retrato dessa brava sertaneja, quando diz: “Goesinho rolou no chão / temendo a bala ferina / mas quando ele percebeu / que ali havia ruína / correu com medo dos cabras / de Dona Fideralina”.
           Goesinho, nessa conhecida disputa política, alistou-se, ainda muito jovem, nas tropas da Polícia Militar, e passou a combater junto ao comandante J. da Penha, mas foi justamente nesse combate lembrado pelo Cego Aderaldo, que J. da Penha foi assassinado.
            A sua participação nessa rebelião de coronéis do sul do Ceará, conhecida por Sedição de Juazeiro, foi das mais decisivas para a vitória do Movimento. De uma só empreitada, segundo Floro Bartolomeu, ela teria colocado cinco mil cartuchos à disposição dos que lutavam contra o Governo de Franco Rabelo.
            O Sítio Tatu, de sua propriedade, em Lavras da Mangabeira, foi utilizado como acampamento daqueles que se dirigiam para Fortaleza, e ali, segundo o registro de historiadores, quatrocentos homens teriam sido acrescentados ao movimento sedicioso.
              Floro Bartolomeu destaca o papel de Dona Fideralina nessa grande peleja do sertão cearense contra o litoral, mas os historiadores sabem que o filho ungido dessa coronela – o célebre Coronel Gustavo – saiu dessa refrega como o principal inimigo desse grande caudilho.
              O Coronel Gustavo, após a derrubada de Franco Rabelo, instalou as colunas por ele comandadas no piso inferior do Palácio da Luz, tornando-se depois deputado estadual e vice-governador do Ceará.
             Otacílio Anselmo, que se refere a essa fase da vida cearense, no seu livro – Padre Cícero: Mito e Realidade (Rio: Civilização Brasileira, 1968) –, e historiadores do porte de João Brígido, Lira Neto, Joaryvar Macedo e João Tavares Calixto Júnior atribuem um papel político de destaque a Dona Fideralina, ao tempo da Sedição de Juazeiro e da Primeira República.
    
4. O Entorno de Dona Fideralina

            O entorno familiar de Fideralina Augusto fez-se, todo ele, cercado de tragédias e acontecimentos que chamam de palno a atenção: seu tio-avô, pelo lado materno, José Joaquim Xavier Sobreira, vigário da freguesia de Lavras, foi envenenado; sua tia paterna, Cosma Francisca de Oliveira Banhos, assim como seu pai, João Carlos Augusto, e o seu irmão, Ernesto Carlos Augusto, foram assassinados; e seu primeiro neto a formar-se em Medicina, Ildefonso Augusto Lacerda Leite, foi trucidado de forma violenta na vila de Princesa (Estado da Paraíba), em 1902.
           O assassinato do seu irmão, Ernesto Carlos Augusto, foi atribuído ao Padre Joaquim Machado da Silva, vigário coadjutor da Paróquia de Lavras; a morte do seu neto, Ildefonso Augusto, teve o Padre Raimundo Nonato Pita como coautor; e a sua tia, Cosma Francisca de Oliveira Banhos, envenenou o seu enteado, o Padre Joaquim Xavier Sobreira.
           Em todos esses crimes, o elemento passional aflora na primeira leitura, incluindo-se no rol das paixões políticas, os assassinatos dos seus demais parentes, em todos, revelando-se um modo de agir bastante temeroso.
           Mas Dona Fideralina, com os fulgores da sua fortaleza, sobreviveu a todas as tragédias, à ferrenha oposição da sua irmã, Dulcéria Augusto de Oliveira, e a todas as circunstâncias difíceis da sua trajetória. Teve que tomar decisões que lhe fizeram sangrar o coração, tal aquela de optar por um filho, o Coronel Gustavo, e derrubar o outro – o Coronel Honório – do comando político, pelo uso da força.
            Episódios verificados na cidade de Lavras entre 1907 e 1910 e, especialmente, entre 1911 e 1914, trouxeram-lhe vários dissabores, e dividiram definitivamente os descendentes da família Augusto, ao preço de assassinatos memoráveis, tal aquele perpetrado contra o seu próprio filho – e o mais querido de todos –, o célebre Coronel Gustavo.
           O crime que vitimou o Coronel Gustavo teve precedentes dolorosos na cidade de Lavras, no ano antecedente, quando dois dos seus sobrinhos (sendo um deles, seu genro) foram fuzilados, juntamente com o seu primo, Eusébio Tomaz de Aquino, que ali comandava a Guarda Nacional.
            Esses dois últimos fatos, verificados no pós-enterro de Fideralina, estão conectados com o conflito por ela protagonizado, mas com eles a dívida de sangue, própria da civilização lavrense e da família Augusto, não ficou quitada totalmente, mas podemos dizer que aí Dona Fideralina deu o último suspiro.

5. Conclusão

           Figura lendária e até certo ponto mitológica, em seu município e na região sul do Ceará, a sua condição de matriarca de uma prole que por diversas razões se tem destacado no Ceará e além-fronteiras, imprime-lhe respeito ao nome e aos valores da sua tradição.
           Conhecida também por Fidera, ou Didinha, como ainda hoje lhe fazem referências alguns membros da família, o certo é que Dona Fideralina Augusto tem presença assegurada na história das transformações políticas por que passou o Ceará nas primeiras décadas da República.
          Em Dona Fideralina, a vocação maior foi sempre a Política, que recebeu como herança dos ancestrais e que tão bem soube transmitir como legado aos seus descendentes. Três dos seus filhos tomaram assento como deputados na Assembleia Legislativa estadual, tendo dois deles exercido o cargo de vice-presidente do Estado, e dois dos seus bisnetos chegaram ao Senado Federal.
          Diversos membros da sua estirpe memorável têm exercido postos de destaque na vida política, administrativa e econômica do Estado, bem como em outros setores da vida social do Ceará.
          No meu livro Lavrenses Ilustres (Fortaleza: RDS, 3ª ed., 2012), nas memórias de Antônio Martins Filho – Menoridade (Fortaleza: Casa de José de Alencar, 1991) e nos livros de Joaryvar Macedo: São Vicente das Lavras (1984), Império do Bacamarte (1990) e Ensaios e Perfis (2001) existem dados confiáveis acerca dessa curiosa personagem da vida política cearense.
           Entre livros e opúsculos a seu respeito, sugiro a remissão às seguintes fontes: Dona Fideralina das Lavras (Rio, 1990), de Heloísa Buarque de Holanda e Rachel de Queiroz; Uma Matriarca do Sertão – Fideralina Augusto Lima (Fortaleza, 2008), de Melquíades Pinto Paiva; e A Vocação Política de Fideralina Augusto Lima (Fortaleza, 1991), de Rejane Monteiro Augusto Gonçalves.
           Cabe também uma referência aos documentários da TV Assembleia do Ceará – A Vocação Política de Fideralina Augusto Lima e de Seus Descendentes, produzido por Ana Célia Oliveira e Ângela Gurgel, em 2011; e da TV Diário – Memórias do Nordeste – Fideralina Augusto Lima, realizado por Mayara Aragão, em 2016.
           Em meados da década de 1980, o cineasta Hermano Penna pensou em produzir um filme sobre de Dona Fideralina Augusto, a partir do perfil que eu acabara de publicar no meu livro – Lavrenses Ilustres –, mas o projeto não foi realizado, o mesmo acontecendo com as intenções de Francis Vale, no final da década de 1990.
           No início de 2013, o cineasta Karim Ainouz manifestou o desejo de fazer um filme acerca dessa velha matriarca, de cujo roteiro eu seria coautor. Nesse caso, a família Augusto teria que pagar o seu maior tributo ao gênio absoluto desse cineasta, que é trineto dessa coronela.
           Lavras da Mangabeira, com a passagem do tempo, vem se tornando a Terra de Dona Fideralina, mas ali não existe nenhum monumento em sua homenagem; uma travessa, apenas, na periferia da urbe, faz o registro do seu nome. E nesse ponto, espero que a edilidade lavrense lhe faça as honras do reconhecimento, assim como a Casa de Juvenal Galeno, que a elegeu patrona de uma das Cadeiras da sua Ala Feminina.
           O tempo e o espaço de Dona Fideralina transcendem o momento em que ela viveu e a geografia na qual ela atuou como mandatária. A lenda e o mito criados em torno do seu nome crescem na mesma proporção em que a sua história vem sendo revelada. Ela não é menor do que as grandes mulheres do Brasil, pois é bem maior do que muitas guerreiras que admiramos.
            Cognominada “a Dama de Ferro de Lavras”, Dona Fideralina foi retratada num poema de Gerardo Mello Mourão, e louvada como “Matriarca do Sertão” por diversos escritores, tendo sido eleita, em 2013, ícone do projeto Cariri Cangaço, com a difusão do seu nome em todos os Estados do Nordeste.
            Na Universidade Federal da Paraíba, em 2013, duas monografias de conclusão do curso de História foram dedicadas à sua personalidade, pelos seus conterrâneos Raimundo Moura Filho e Jussara Germano; e também ali, no Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre Gênero e Direito, vem sendo desenvolvido um projeto sobre Dona Fideralina, pelo professor Rui Martinho Rodrigues, da Faculdade de Educação da UFC.


                                                                                                               Conferência no Instituto do Ceará.
                                                                                                                     Fortaleza, 20.09.2013.


 Casa de Dona Fideralina Augusto
 em Lavras da Mangabeira (Ceará)

     
Casa de Dona Fideralina Augusto no Sitio Tatu
 em Lavras da Mangabeira (Ceará)

                                          Dona Fideralina - Bibliografia
                                                          



3.      ARAGÃO, M. Fideralina Augusto Lima, in http://lavrasce.com.br (site da Afalam). Fortaleza: 2008.

4.      BARBOSA, Honório. “Cariri Cangaço” Começa Amanhã com Cavalgada, in Diário do Nordeste. Fortaleza, 17.05.2013.

5.      BARROS ALVES. Das Lavras das Mangabeiras, in Tribuna do Ceará. Fortaleza: 11.07.1987.

6.      BEZERRA, João Clímaco. As Obras-Primas Que Poucos Leram: Dona Guidinha do Poço, in revista Manchete, nº 1280. Rio: 1976.

7.      BORGES, Raimundo de Oliveira. As Grandes Mulheres Cearenses: Dona Fideralina Augusto Lima, in A Província, nºs 23/24. Crato: julho de 2001.

8.      DIÁRIO DO NORDESTE – Mulher na Literatura. Fortaleza: 27.03.2002.

9.      DUARTE, Ana Rita F. Mulher-Macho, Sim Senhor: Histórias de Mulheres que Romperam Limites no Ceará, in Bonito Pra Chover. Fortaleza: Ed. Demócrito Rocha, 2003. 

10. GONÇALVES, Rejane Monteiro Augusto. O Coronel Gustavo Augusto Lima, in Diário do Nordeste. Fortaleza, 23 de agosto de 2011.

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12.  MACEDO, Dimas. Dona Fideralina Augusto Lima, in O Povo. Fortaleza: 21.06.1981

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15.  MACEDO, Dimas. “O Coronel Raimundo Augusto Lima”, in Revista Itaytera, nº 29. Crato, 1985.

16.  MACEDO, Dimas. História de Várzea Alegre, in Gente de Ação, nº 91. Aracati, dezembro de 2011.

17.  MACEDO, Dimas. Zé Rainha: O Rei do Carnaval, in Gente de Ação, nº 100. Aracati, janeiro de
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18.  MACEDO, Joaryvar. Dona Fideralina: Negros e Cabras, in Desafio, Revista da Pró-Reitoria de Extensão da UFC. Fortaleza: nº 1, Ano 02, Abril de 1989.

19.  MACEDO, Joaryvar. A Família do Logradouro, in Revista da Academia Cearense de Letras, nº
       48. Fortaleza, 1989/1990.

20.  MACEDO, Joaryvar. UFC / Projeto de História Oral / Projeto das Matriarcas (Entrevista a Tereza
       Frota Haguette. Fortaleza, 30/31 de maio de 1999.

21.  MATTOS, Tarcísio. Cearenses, Povo Pra Lá de Bom, in O Povo. Fortaleza: 13.12.2003.

22.  MENEZES, Thiago. As Fideralinas de Lavras da Mangabeira, in Anuário da Academia de
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23.  MONTEIRO, Emerson. A Botija de Dona Fideralina, in Blog do Crato. Crato(CE), 20 de julho
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24.  PINTO, Amir. [Centenário de Lavras da Mangabeira], in Diário do Congresso Nacional, ano
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4 comentários:

  1. Serei vulgar: "-É a fraca..." (os 5.000 cartuchos fornecidos para a Sedição - há 100 anos ilustram bem demais o poder da matrona lavrense).

    Serei cruel: Pombinha, a irmã, jamais a perdoou (a Fideralina), na acepção plena da palavra, em razão de preterir Honório em favor de Gustavo, segundo afirma Joaryvar n'O IMPÉRIO DO BACAMARTE.

    Puxarei a brasa...: Já contava mais de dois anos do nascimento do meu pai, em Lavras, quando deixou este mundo a maior das coronelas interioranas.

    PARABÉNS, Professor, pela grande pesquisa, indo encontrar Fideralina nos mais diversos matizes de autores nacionais.

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