sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Retrato de Alzir Oliveira

            Dimas Macedo
                                      
            
 
                Intelectual, professor e pesquisador de renome – atividades a que se dedicou sempre com esmero –, Alzir Oliveira nasceu no sítio Mareco, nas proximidades de Quitaiús, município de Lavras da Mangabeira, aos 06 de maio de 1945.

           Filho de Vicência Bezerra de Oliveira e Raimundo Benício de Oliveira; foram seus avós maternos: Cristina Francisca de Sampaio e Joaquim Tomás de Aquino Sampaio, e, paternos: Maria da Cruz Neves e Firmino Benício de Oliveira.

            O nome com que foi batizado constituiu uma homenagem de seu pai ao Padre Alzir Sampaio, vigário de Lavras por mais de trinta anos e grande amigo da família.

            Aprendeu as primeiras letras no sítio Roça Velha, vizinho ao sítio Mareco, com a Profa. Dona Mocinha, transferindo-se depois para o Grupo Escolar de Quitaiús, onde estudou com a Profa. Altair Leite, cursando até a metade do quarto ano primário.

            Em 1956, com a decisão de seu pai de ir morar em Juazeiro do Norte, em busca de horizontes para sua atividade comercial e chances de educação dos filhos, Alzir passou a estudar no Colégio Salesiano Dom Bosco, onde concluiu o primário e iniciou o ginasial.

            Em 1959, foi estudar no Instituto Padre Rinaldi, na cidade de Carpina, Pernambuco, ali terminando o ginásio e iniciando o científico, que veio a concluir no Colégio Diocesano do Crato, em 1965.

           O curso de Graduação em Letras foi realizado na Faculdade de Filosofia do Crato, vinculada à Universidade Regional do Cariri, no período de 1966 a 1969, tendo por colega de vida acadêmica o seu conterrâneo Joaryvar Macedo.

           De 1964 a 1970, lecionou História Geral e Língua Inglesa, no Colégio Diocesano do Crato e em outros educandários da cidade, tais o Ginásio Pio X e o Colégio Santa Teresa.

           De 1971 a 1978, foi professor de Linguística e Língua Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Cajazeiras, hoje Centro de Formação de Professores, tendo lecionado também na Faculdade de Direito de Sousa e no Curso de Letras da Fundação Francisco Mascarenhas, em Patos.

            Em 1978, passou a ensinar na Universidade Regional do Nordeste, ingressando, em 1980, na Universidade Estadual da Paraíba, como professor de Linguística e Língua Latina, ali permanecendo até 1994, quando se aposentou, tornando-se professor visitante dessa Universidade de 1995 a 1998. Nessa última data, ingressou, como professor concursado, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde permanece.

             De 1975 a 1978, cursou mestrado em Língua Portuguesa na PUC-RJ, com área de concentração em Dialetologia; e, de 2003 a 2007, realizou o seu doutorado em Linguística Aplicada, no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da UFRN, desenvolvendo pesquisas voltadas para o ensino das línguas clássicas, nas áreas de letramento e de gêneros discursivos.

              Integrante do grupo Civilizações Antigas, organizado por docentes da Universidade Federal de Minas Gerais, o professor Alzir Oliveira tem participado de inúmeras viagens de estudo, com visitas a sítios arqueológicos greco-romanos na África, Ásia e Europa.

             Em 2000, esteve na Sicília (Itália); em 2001, visitou os Sítios Arqueológicos da Grécia e da Turquia; em 2003, viajou a Bari (na Itália); e, em 2009, realizou o Roteiro de Dom Quixote, na Região de La Mancha, na Espanha, visitando a França em 2011.

              É autor de vários ensaios no campo da sua especialidade, destacando-se, entre eles, “Território da Linguagem”, “Discurso e Prática do Latim no Ensino de Graduação” e “Tradições Populares da Pecuária Nordestina”, incluído este último no Dicionário Crítico Câmara Cascudo.

              É sócio efetivo da Associação Brasileira de Linguística, do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste, da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

             Sempre empenhado na efetivação dos seus estudos científicos, ainda não se permitiu a sua estreia no campo literário. Os seus poucos poemas revelados, contudo, não deixam de expressar os seus sentimentos com relação à terra que o viu nascer.

               Avesso a notoriedades, nunca se deixou levar por vaidades ou elogios de qualquer natureza. A sua formação humanística e a sua simplicidade constituem os seus grandes atributos, sendo também relevantes as suas qualidades espirituais e humanas.

               As reminiscências da infância, vivida no sítio Mareco, em Lavras da Mangabeira, constituem o seu ancoradouro, orgulhando-se de ser ribeirinho do Riacho do Rosário.

               Trata-se, portanto, de um cearense que muito bem nos representa, no campo da erudição e no estudo do grego e do latim; e que honra, com a sua vocação de humanista, a cultura letrada do Brasil.

3 comentários:

  1. Grande Alzir. Valeu Dimas a grata lembrança desse valioso expoente da nossa comunidade.

    Abraço de Paz e Saúde.

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  2. Orgulha-me tê-lo como conterrâneo, amigo e ainda ser meu parente Alzir, esse expoente da ribeira do Riacho do Rosário.
    Ao lado do grande Dimas são dois homens talentosos.

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