Maria de Fátima Lemos Pereira
Cândido, ou Fátima Lemos, como é conhecida no meio literário, é natural de
Lavras da Mangabeira. Foi alfabetizada por sua mãe, a professora Ester Lemos,
com a qual estudou até a segunda série primária, tendo Sebastião Pereira de
Sousa, seu pai, como referência.
Fátima
fez o seu aprendizado, igualmente, com a professora Socorro Oliveira, e iniciou
o ginasial no colégio da CENEC, em Mangabeira, transferindo-se para Fortaleza
em 1970, onde concluiu o primeiro grau no Colégio Estadual Marwen, cursando o
pedagógico no Instituto de Educação do Ceará e no Colégio Capistrano de Abreu.
Na
Universidade Estadual do Ceará cursou licenciatura plena em História, e ali
concluiu a sua formação em Pedagogia, com habilitação em Administração Escolar,
fazendo na Unifor, o cursou de Especialização em Família – Uma Abordagem
Sistêmica.
Em
1972, iniciou sua carreira de professora no Colégio Casimiro de Abreu, no Carlito
Pamplona e, em 1976, foi contratada pelo Governo do Estado para integrar o
quadro de professores fundadores do Colégio Estadual Paulo VI, em Mangabeira,
seu distrito de berço.
Ainda como professora
da rede pública de ensino, trabalhou no Colégio Dom Quintino, na cidade do
Crato, e na Escola Normal de Juazeiro do Norte. De volta à Fortaleza, em 1980,
fez-se professora da Escola Estadual Maria Gonçalves, assumindo, também, a
coordenação pedagógica do Colégio Monteiro Lobato, do seu tio, o professor Paulo
Crispim.
Em
1984, fundou o seu próprio estabelecimento de ensino, a Escola Professora Maria
Ester, hoje Colégio Maria Ester, com serviços prestados às comunidades da
Serrinha, Passaré, Itaperi e bairros vizinhos.
O
Colégio Maria Ester, sob sua orientação, é muito conceituado em Fortaleza.
Conta com aproximadamente mil e quinhentos alunos, e mantém uma Academia de
Letras, a Academia Maria Ester de Leitura e Escrita (AME), formada por crianças
e jovens das duas unidades de ensino.
Pedagoga
de renome, em todo o Ceará, tem como referência teórica principal os
ensinamentos de Paulo Freire. Escreve textos pedagógicos para pais e
professores, que são divulgados no jornal Perspectiva, do Colégio
Maria Ester, e em seminários, cursos e palestras por ela ministrados.
É
autora de dois livros infantis de caráter pedagógico: Lili, a Boneca de
Pano e Veloso, o Gatinho Congelado, ambos publicados em
2009, e de um livro de ensaios e poemas: Histórias Para Contar e Poemas
do Meu Viver (Fortaleza: Premius, 2010).
A
sua formação pedagógica e o domínio da Literatura Infantil fazem do seu nome
uma legenda. Trata-se de pessoa afável e afetuosa e de escritora de texto sutil
e elegante, surpreendo-nos, de quando em vez, com o exercício da sua produção,
como é o caso do seu livro Moinhos do Tempo (Fortaleza, 2016),
no qual, ela desata os alforjes e lima os seus poemas e os seus textos em
prosa, ajustando, com tecidos de linho, a sua arte literária.
A
modéstia com que constrói a sua trajetória, pondo cimento e areia e apenas um
pouco de fermento no seu texto, não nos deixa ver, de permeio, a importância e
o significado que a sua obra representa.
No
seu livro Moinhos do Tempo, Fátima
Lemos expõe o seu universo estético e criativo, elevando a sua escritura
literária a uma estação ainda mais eloquente, o que faz desse conjunto de
textos um relicário aberto para a fruição dos sentidos.
Apesar das
atividades que desenvolve em Fortaleza, sempre dispõe de tempo para colaborar
com o seu Município, ali proferindo palestras para pais e professores e
integrando uma equipe de voluntários que desenvolve atividades em prol da
Paróquia de São Sebastião.
Integra,
como sócia titular, a Academia de Letras dos Municípios do Ceará, a Academia
Feminina de Letras do Ceará, a Academia Lavrense de Letras e a Ala Feminina da
Casa de Juvenal Galeno.
Fortaleza, 2016.
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