Entre a realidade observada pelo senso comum
e a transfiguração concretizada pela escritura poética, existe uma mudança de
plano: o campo visual e o sentimento criam uma nova razão, e a estranheza aí se
instaura em forma de milagre.
O impasse criativo transmuta-se
em beleza e a existência se torna mutante, em contraposição à moldura dos processos
históricos. A arte, neste ponto, realiza o indizível, e os poetas, afirmativamente,
se interpõem nesse contexto como se fossem cosmonautas.
Não há como deter os signos da
linguagem ou os códigos que a palavra reinventa. Jung, nas suas reflexões sobre a
arte, afirmou que seria impossível encontrar alguma reflexão ou algum insight que não tenham passado pela imaginação
de um poeta.
Eduardo Pragmácio Filho, no seu
segundo conjunto de poemas, intitulado
estranheza (Fortaleza: Imprece, 2016) firma-se como um dos principais
poetas da sua geração, projetando o Ceará no campo da poesia brasileira, no
qual a sua criação se torna um traço distintivo.
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