Em Lavras da Mangabeira nasceu Antônio Fiúza
de Pontes, aos 14 de junho de 1876. Filho do coronel Antônio de Pontes Fiúza
Lima e de Umbelina de Carvalho Pontes.
Fez os estudos primários em Aracati, com o
padre João Francisco Pinheiro. Transferindo-se para Fortaleza, em 1892, aqui
ingressou no Instituto de Humanidades, dirigido pelo Monsenhor Vicente Salazar
da Cunha, concluindo o referido curso no Liceu do Ceará.
Nessa última casa de
ensino, iniciou os seus preparatórios, terminando-os no Recife, no Curso Anexo,
em 1898, quando ingressou na Faculdade de Direito, pela qual saiu Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais, aos 7 de dezembro de 1902.
Depois de formado, foi
nomeado Promotor de Justiça de Monte Alegre, no Pará, e, em 1903, promovido a
Juiz Municipal Substituto da Comarca de São Miguel do Guará, no mesmo Estado.
Criada a Faculdade
Livre de Direito do Ceará, em 1903, para a mesma foi nomeado Secretário, por
ato de 14 de março de 1904, passando, a 14 de agosto de 1906, a ocupar o cargo
de lente substituto de Direito Penal, sobressaindo-se como professor emérito e
competente.
Em 2 de abril de 1907, ainda integrando o
corpo docente da Faculdade, recebeu o grau de Doutor em Ciências Jurídicas e
Sociais e, no mesmo ano, escreveu Memória
Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará e dirigiu o Curso
Complementar de Prática Forense.
Envolvendo-se com as
lutas políticas e sociais da época, foi eleito Deputado à Assembleia
Legislativa do Ceará, nas legislaturas de 1905 a 1908 e de 1909 a 1912,
destacando-se no campo da política pelo brilho excepcional da sua inteligência.
Foi, contudo, na
literatura que Fiúza de Pontes veio a se consagrar. Participou ativamente dos
movimentos literários e culturais de sua época. Pertenceu ao Centro Literário,
fundado aos 27 de setembro de 1894, em cujas sessões leu os versos do livro Myosotis, que não chegou a publicar.
Contado entre os criadores do grupo literário Plêiade, fundado aos 15 de setembro de
1908 e do qual foi presidente, era considerado poeta de elevada inspiração, e
“um perfeito temperamento de artista”, na opinião de Mário Linhares.
Publicou poesias esparsas na imprensa do Ceará
e de outros Estados, especialmente no jornal A República e na revista Iracema,
esta última, órgão do Centro Literário.
Além de Myosotis, deixou mais dois livros
inéditos: Florões e Dos Tempos Idos, tendo falecido na
capital cearense aos 19 de fevereiro de 1909. Entre as homenagens que lhe foram
prestadas, é hoje nome de rua em Fortaleza.