terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Política e Sua Perversão

          Dimas Macedo


Congresso Nacional em  Brasília


A Crise Ambiental

             Dimas Macedo


             Existe uma desordem no cosmos. A sinfonia planetária, que encanta a audiência humana, há séculos, hoje se encontra violentamente ameaçada. Empresários inescrupulosos e políticos de visão mesquinha têm feito da ganância e da especulação instrumentos de violação da paz e do equilíbrio da vida em sociedade.

          O meio ambiente vem perdendo a sua qualidade. Agredido pela insensatez e a irresponsabilidade de muitos, agoniza qual um animal sangrado, e pede clemência para a tragédia da degradação ambiental e cosmológica.

          Depois que o homem decretou a morte de Deus e do sagrado parece mesmo que tudo se tornou possível, cumprindo-se assim a profecia do grande romancista russo Fiódor Dostoiévski.

         Urge que as pessoas de boa vontade continuem resistindo ao avanço do mal e ao poder de degradação do universo, resultado da teimosia dos que não acreditam no amor e na compreensão, que maltratam a sensibilidade e tudo corrompem em nome dos bens materiais e dos interesses políticos inconfessos.

         A política não é um fim e o exercício da política é uma vocação. Não é um patrimônio que se transmite por herança para os apaniguados do poder. A política é uma missão e exige de quem a ela se entrega um compromisso integral e efetivo para com as exigências da vida coletiva.

         No Brasil, infelizmente, a maioria dos políticos ainda não despertou para a grave questão do ambiente e o povo ainda não se sente motivado para os desafios da educação ambiental, o que é lamentável, pois que a consequência de tudo será a transmissão, para as gerações futuras, dessa conduta irresponsável.

          A decadência da qualidade de vida no planeta, a agressão ao meio ambiente e o despudor de muitos elementos da classe política brasileira são os grandes potenciais de violência que hoje se armam contra a sociedade, que se tornou refém de assaltantes e de políticos que perderam o sentido de servir à causa social.

         A degradação ambiental, que hoje se espalha pelo mundo, tem recebido respostas muito convincentes da própria natureza, que aqui e ali vai se defendendo como pode, através de vulcões e terremotos, degelo das calotas polares, tsunamis marinhas e aquecimento de todas as regiões do planeta.

          O ser humano, contudo, não recua e a sociedade de consumo vai achando normal a circunstância de conviver com o lixo e com as embalagens nunca recicláveis das mercadoras que consome, rejeitando o ciclo natural do ambiente à sua volta e o substituindo pelo consumo de mercadorias e serviço provenientes da indústria do tóxico.

          O homem que consome, de forma obsessiva, o ópio do mercado, e que sonha com o desejo do lucro, e que apoia, a seu turno, a poluição da natureza, parece mesmo que decidiu morrer abraçado com a sua imperfeição e com a sua teimosia de viés egoísta. Parece mesmo que decidiu sufocar a natureza, almejando assim o seu poder absoluto sobre o cosmos.

          É possível que a voz dos ambientalistas, e daqueles que defendem a natureza, continue clamando no deserto, mas aceitar as coisas de forma diferente, e não reagir contra o agravamento da crise ambiental, me parece o jeito pequeno de estar no mundo e de aceitar a sua total degradação.