segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Poetisa Julieta Filgueiras


                   Dimas Macedo
                                               
 
  
                 Julieta de Macedo Filgueiras nasceu em Lavras da Mangabeira, aos 19 de setembro de 1912. Filha de Pedro Tavares Filgueiras e de Maria das Dores de Macedo Filgueiras, e neta, pelo lado materno, de Maria Joaquina da Cruz e do Tenente-Coronel Joaquim Lobo de Macedo.

                Foram seus avós paternos, João Luiz Tavares (Jonca) e Nárcia de Castro Filgueiras: ele, originário de velhos troncos genealógicos do Cariri; ela, descendente de capitão Pereira Filgueiras, os quais, em Lavras da Mangabeira, distinguiram-se por sua projeção na vida social.

                Julieta Filgueiras sempre demonstrou memorável vocação para as letras, tendo aprimorado, desde muito jovem, o seu talento de educadora, sendo as suas habilidades de poetisa e de professora bastante conhecidas em sua cidade natal, onde foi responsável pela formação moral e cultural de várias gerações.

                Em Lavras, pertence à tradição das grandes professoras e educadoras do município, ao lado de Amélia Braga Moraes, Maria Luiza Lima, Guiomar de Holanda Férrer, Maria do Loreto Banhos, Stela Sampaio e Maria do Rosário Mota, confirmando, também, a ressonância de educadores do porte de Adolfo Carvalho, Joaquim Genu e João Augusto Banhos.

                É autora de um romance baseado nas origens de Lavras da Mangabeira, intitulado Aroeira, e de um conjunto de poemas, livros que jamais publicou, mercê da sua modesta e do seu desprendimento, o que não impediu, contudo, a sua eleição para patrona de uma das cadeiras da Academia Lavrense de Letras.

                Julieta viveu as últimas décadas de sua vida em Fortaleza, onde faleceu aos 7 de novembro de 2009, contando-se entre os seus irmãos, os intelectuais lavrenses: João Filgueiras Lobo, uma das expressões da história da educação no Ceará; Ageu Filgueiras Lobo, médico e ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e Airan Filgueiras, advogada, escritora e artista plástica de renome, residente em Niterói, no Rio de Janeiro.

                  Como se outros atributos não lhe empanassem os méritos de poetisa e educadora, Julieta é mãe do professor Itamar Filgueiras, gramático, filólogo e sócio titular da Academia Cearense da Língua Portuguesa. Em 2002, no transcurso dos seus noventa anos, foi editado, em Fortaleza, um folheto com alguns dos seus poemas, com o título: Emoções em Versos.

                 O nome de Julieta Filgueiras pode ser aferido, entre outros, nos seguintes livros: Lavras da Mangabeira – Marco Histórico (1984), de Rejane Augusto; Poemas e Lembranças (2008), de Neide Freire, e na terceira edição do meu livro – A Metáfora do Sol (Fortaleza, 2013), sendo ela Patrona da Cadeira número 30 da Academia Lavrense de Letras.

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