Dimas Macedo
Julieta de Macedo Filgueiras nasceu em Lavras da Mangabeira, aos 19 de setembro de 1912. Filha de Pedro Tavares Filgueiras e de Maria das Dores de Macedo Filgueiras, e neta, pelo lado materno, de Maria Joaquina da Cruz e do Tenente-Coronel Joaquim Lobo de Macedo.
Foram seus avós paternos, João
Luiz Tavares (Jonca) e Nárcia de Castro Filgueiras: ele, originário de velhos
troncos genealógicos do Cariri; ela, descendente de capitão Pereira Filgueiras,
os quais, em Lavras da Mangabeira, distinguiram-se por sua projeção na vida
social.
Julieta Filgueiras sempre demonstrou
memorável vocação para as letras, tendo aprimorado, desde muito jovem, o seu
talento de educadora, sendo as suas habilidades de poetisa e de professora
bastante conhecidas em sua cidade natal, onde foi responsável pela formação moral e cultural de várias gerações.
Em Lavras, pertence à tradição das grandes
professoras e educadoras do município, ao lado de Amélia Braga Moraes, Maria
Luiza Lima, Guiomar de Holanda Férrer, Maria do Loreto Banhos, Stela Sampaio e
Maria do Rosário Mota, confirmando, também, a ressonância de educadores do
porte de Adolfo Carvalho, Joaquim Genu e João Augusto Banhos.
É autora de um romance baseado
nas origens de Lavras da Mangabeira, intitulado Aroeira, e de um conjunto de poemas, livros que jamais publicou,
mercê da sua modesta e do seu desprendimento, o que não impediu, contudo, a sua
eleição para patrona de uma das cadeiras da Academia Lavrense de Letras.
Julieta viveu as últimas
décadas de sua vida em Fortaleza, onde faleceu aos 7 de novembro de 2009, contando-se
entre os seus irmãos, os intelectuais lavrenses: João Filgueiras Lobo, uma das
expressões da história da educação no Ceará; Ageu Filgueiras Lobo, médico e
ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e Airan
Filgueiras, advogada, escritora e artista plástica de renome, residente em
Niterói, no Rio de Janeiro.
Como se outros atributos não
lhe empanassem os méritos de poetisa e educadora, Julieta é mãe do professor
Itamar Filgueiras, gramático, filólogo e sócio titular da Academia Cearense da
Língua Portuguesa. Em 2002, no transcurso dos seus noventa anos, foi editado,
em Fortaleza, um folheto com alguns dos seus poemas, com o título: Emoções em Versos.
O nome de Julieta Filgueiras pode ser aferido,
entre outros, nos seguintes livros:
Lavras da Mangabeira – Marco Histórico (1984), de Rejane Augusto; Poemas e Lembranças (2008), de Neide Freire, e na terceira edição
do meu livro – A Metáfora do Sol
(Fortaleza, 2013), sendo ela Patrona da Cadeira número 30 da Academia Lavrense de Letras.
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