A poesia é a mais elevada de todas as formas
de comunicação. E é também a mais verdadeira. Através dela, a memória do mundo
se torna mais refinada. Ela atualiza a tradição, glorifica os feitos da
humanidade, distingue os heróis, dignifica a vida e a esperança, e de forma que
a sua chama nunca se extingue.
A
ninguém é reconhecido o direito de aspirar a ser poeta, pois a poesia é uma
eleição que os deuses promovem entre alguns mortais, para que eles deem o
testemunho daquilo que o tempo não consegue destruir e que os mortos já não
conseguem lembrar, em face do seu compromisso com o efêmero.
Quando
menos esperamos, um novo poeta aparece pedindo passagem e anunciando um jeito
diferente de dizer aquilo que sentimos ou aquilo que não percebemos, exatamente
como faz o autor de – Jesus Também Fala
em Versos –, Francisco Pinto de Macedo, mais conhecido por Valdir Pinto,
natural de Lavras da Mangabeira (CE).
Valdir é um ser humano abençoado e
eu me orgulho de tê-lo como primo.
Talvez
tenha sido o maior amigo do meu pai, nos tempos venturosos da mocidade, quando
passaram a abraçar um mesmo ideal: a causa dos trabalhadores rurais e o empreendimento
das suas aspirações cooperativistas.
Depois, Valdir começou a palmilhar
caminhos novos e a abrir veredas, combatendo o bom combate, porém sempre fiel
aos ideais da sua religião, criando a sua prole e espalhando o seu exemplo de
cristão, até que a maturidade o acolheu e o trouxe de volta para o seu torrão.
Voltou-se então o meu primo Valdir para a
busca das suas origens e do seu entorno familiar, inspirando-se na tradição dos
seus ancestrais, cujas raízes se encontram plantadas do sítio Calabaço, de onde
somos naturais e membros da Família Macedo, aquela que deu ao município de
Lavras o maior número de poetas, e poetas do porte de Lobo Manso, de quem me
orgulho de ser descendente.
Em 2012, Valdir publicou o seu livro de
estreia – Os Pinto do Calabaço –, no
qual mostra o seu valor de genealogista, e já neste início de 2014, ele nos
presenteia com esse caderno de poemas da melhor qualidade, que é Jesus Também Fala em Versos (Lavras da
Mangabeira, Edição do Autor), no qual a epifania das Escrituras e a essência
cristã dos Evangelhos são decantadas com determinação.
Valdir Pinto sempre teve em Odete
o seu Anjo e a sua companheira de todas as horas. Deus quis que assim se
fizesse o seu castelo de amor e que assim se edificasse a sua casa. Mas Deus quis
também se revelar por meio dele e através dele quis dar ao mundo o seu
testemunho.
Li este livro do meu primo
Valdir com a máxima atenção, nele apreciando o poeta e a sua riqueza de metros
populares, às vezes, eruditos, mas sempre de natureza plural e instigante,
ensinando-nos o autor a arte de ler as Escrituras a partir da escansão dos seus
versos e da sua linguagem simétrica para com o tempo e a eternidade.
Os seres humanos somos essa
matéria perecível, mas o verbo de Deus que nos habita se faz em nós encarnação,
e depois se faz ressurreição, por meio de Jesus, que se expressa através de
ritos e sinais, com os quais, desde sempre, se anunciou.
Esta, a lição do autor, com a qual estou de
acordo; este, o testemunho maior do meu primo Valdir como cristão. E que ele
continue assim, fazendo a sua estrela de poeta brilhar. A sua estrela de poeta
e o seu farol de cidadão.
Está, assim, belamente apresentada a obra do primo Valdir Pinto (e até retratado próprio autor de JESUS TAMBÉM FALA EM VERSOS). E desde que Dimas adianta-nos que os versos têm a genuinidade sertaneja, declaro-me, de logo, adquirente de mais essas linhas do filho de Mundoca Pinto.
ResponderExcluirNaturalmente que, estando mais uma vez no Amapá, demorar-me-ei um pouco a avistar de novo o sério e simpático primo e conhecer-lhe o lirismo dos versos cristãos. Contudo, é certo que o alcançarei em dia deste mesmo 2014.
Primo querido, grande abraço.
ExcluirTenho orgulho da minha família! Que saudades do Tio Valdir!
ResponderExcluirRafael Bernardino Macedo, gratíssimo.
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