O universo literário, ao qual
pertence o poeta Dimas Macedo é tão amplo quanto o seu universo cultural.
Dotado de uma inteligência ímpar, de uma memória invejável e de uma
sensibilidade notável, carrega numa só alma e numa única existência a
inspiração do poeta, a marca criativa do escritor, a inquietude do pesquisador,
a imparcialidade do jurista, a analise valorosa do crítico literário, e a
generosidade do amigo.
Esse ser é tão especial e tão grande
que chega a transbordar pelos poros, pelos dedos e pelos sentidos.
Assim, como todo e bom lavrense, Dimas
carrega no peito e na alma a marca e o amor pela terra natal. Ele pertence a
uma geração de grandes poetas, escritores e pesquisadores lavrenses que sempre
colocaram o torrão natal em primeiro plano. Os poetas a cantam, os
pesquisadores a decifram e os escritores a descrevem.
Conhecida como celeiro de intelectuais,
terra de homens destemidos, corajosos e prestigiosos, a Princesa do Salgado
viveu seus tempos de apogeu, mas, como toda grande civilização teve seu
declínio e seu fim. Vivemos hoje dos seus tempos áureos de muita luta e muita
glória, de um passado brilhante, do qual, podemos nos orgulhar.
Não tenho dúvidas, a nossa pequena
Lavras, existe apenas, na literatura, e para nós, lavrenses que a amamos
incondicionalmente ela se encontra no tempo da delicadeza perdida. O que é
lamentável.
Dimas como poeta consegue transportar
sua alma para os mais diversos mundos, sobrevoa leve toda a galáxia, mas sempre
retorna para as margens do Rio Salgado, e corre outra vez menino para as
travessuras na Rua da Praia; a inquietude do pesquisador mexe com a alma
sensível do poeta e o faz retomar as investigações dos fatos passados, e agora
na pele do escritor os registram para que a nossa história não seja esquecida.
O olhar microscópico com que analisa as
obras literárias acaba valorizando a escrita e o viés de cada autor dentro do
seu universo literário; Dimas é um amigo generoso, um caçador de talentos,
dando a cada um de nós a oportunidade da revelação.
Filho de uma grande mulher, Dona
Eliete, do poeta Zito Lobo e sobrinho do historiador Joaryvar Macedo, Dimas
herdou da mãe a coragem, do pai a diplomacia e do tio a responsabilidade de
continuar as pesquisas e os registros sobre a história de Lavras da Mangabeira
e do Ceará. Herança que sempre levou ao pé da letra e tem desfrutado com muita
maestria.
Amante das letras e apaixonado pela
vida, Dimas é uma figura pública reconhecida e respeitada por todos. Seu nome é
sinônimo de credibilidade e de referência nas mais diversas áreas do
conhecimento.
Autoridade em Direito Constitucional, em
História do Ceará, em especial, de Lavras da Mangabeira, biógrafo, cordelista,
poeta erudito e popular, ele consegue desde a erudição ao populismo, sem perder
a genialidade do seu espirito poético.
Dimas é único e muitos, é grande
demais para caber nos recantos minúsculos da mente humana, mas ele não deixa
por menos, se faz pequeno para entender a pequenez dos mortais. Ele é capaz de
ocupar um espaço e todos os outros.
Ele é enigmático, é mágico, e é
real. Homem ele é grande, amigo é cativante e poeta é altíssimo.
Fortaleza,
10 de agosto de 2017
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