domingo, 2 de dezembro de 2018

Decifrando Dimas Macedo

       Cristina Couto
                                                 


          O universo literário, ao qual pertence o poeta Dimas Macedo é tão amplo quanto o seu universo cultural. Dotado de uma inteligência ímpar, de uma memória invejável e de uma sensibilidade notável, carrega numa só alma e numa única existência a inspiração do poeta, a marca criativa do escritor, a inquietude do pesquisador, a imparcialidade do jurista, a analise valorosa do crítico literário, e a generosidade do amigo.

          Esse ser é tão especial e tão grande que chega a transbordar pelos poros, pelos dedos e pelos sentidos.

        Assim, como todo e bom lavrense, Dimas carrega no peito e na alma a marca e o amor pela terra natal. Ele pertence a uma geração de grandes poetas, escritores e pesquisadores lavrenses que sempre colocaram o torrão natal em primeiro plano. Os poetas a cantam, os pesquisadores a decifram e os escritores a descrevem.

        Conhecida como celeiro de intelectuais, terra de homens destemidos, corajosos e prestigiosos, a Princesa do Salgado viveu seus tempos de apogeu, mas, como toda grande civilização teve seu declínio e seu fim. Vivemos hoje dos seus tempos áureos de muita luta e muita glória, de um passado brilhante, do qual, podemos nos orgulhar.

        Não tenho dúvidas, a nossa pequena Lavras, existe apenas, na literatura, e para nós, lavrenses que a amamos incondicionalmente ela se encontra no tempo da delicadeza perdida. O que é lamentável.

        Dimas como poeta consegue transportar sua alma para os mais diversos mundos, sobrevoa leve toda a galáxia, mas sempre retorna para as margens do Rio Salgado, e corre outra vez menino para as travessuras na Rua da Praia; a inquietude do pesquisador mexe com a alma sensível do poeta e o faz retomar as investigações dos fatos passados, e agora na pele do escritor os registram para que a nossa história não seja esquecida.

        O olhar microscópico com que analisa as obras literárias acaba valorizando a escrita e o viés de cada autor dentro do seu universo literário; Dimas é um amigo generoso, um caçador de talentos, dando a cada um de nós a oportunidade da revelação.

        Filho de uma grande mulher, Dona Eliete, do poeta Zito Lobo e sobrinho do historiador Joaryvar Macedo, Dimas herdou da mãe a coragem, do pai a diplomacia e do tio a responsabilidade de continuar as pesquisas e os registros sobre a história de Lavras da Mangabeira e do Ceará. Herança que sempre levou ao pé da letra e tem desfrutado com muita maestria.

      Amante das letras e apaixonado pela vida, Dimas é uma figura pública reconhecida e respeitada por todos. Seu nome é sinônimo de credibilidade e de referência nas mais diversas áreas do conhecimento. 

       Autoridade em Direito Constitucional, em História do Ceará, em especial, de Lavras da Mangabeira, biógrafo, cordelista, poeta erudito e popular, ele consegue desde a erudição ao populismo, sem perder a genialidade do seu espirito poético.

         Dimas é único e muitos, é grande demais para caber nos recantos minúsculos da mente humana, mas ele não deixa por menos, se faz pequeno para entender a pequenez dos mortais. Ele é capaz de ocupar um espaço e todos os outros.
     
             Ele é enigmático, é mágico, e é real. Homem ele é grande, amigo é cativante e poeta é altíssimo.
                                                                                          Fortaleza, 10 de agosto de 2017

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