segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Dona Fideralina Augusto - Mito e Realidade


       Cristina Couto


   O efeito mágico que as águas do Rio Salgado têm feito na vida dos lavrenses sempre foi um verdadeiro prodígio. Seu poder de fertilização edificou na mente dos seus filhos a capacidade de poetizar e de buscar a fundo suas origens.

Em Lavras da Mangabeira (CE) e na região do Cariri ninguém reinou tanto como Dona Fideralina Augusto, mulher forte, que viveu à frente do seu tempo, numa época comandada pelos homens. Ela foi senhora da sua vontade e da vontade de muitos. Nada nem ninguém ousou desobedecer a essa velha matrona.

            Na sua terra natal, tudo parece que virou folclore, como nos contos mitológicos das grandes civilizações, especialmente porque aquele Município viveu todas as suas fases, tais como o nascimento, apogeu e declínio, nos permitindo, agora, uma volta ao seu passado glorioso.

            Dimas Macedo é, hoje, o maior historiador lavrense. Com a sua memória fotográfica e o seu poder de percepção aguçada, capta as histórias perdidas e as informações escondidas. Sua sensibilidade de poeta e sua genialidade intelectual ultrapassam as fronteiras do tempo.

Ao escrever Dona Fideralina Augusto – Mito e Realidade (Fortaleza: Armazém da Cultura, 2017), Dimas faz justiça com as próprias mãos e com o brilho da sua palavra, contestando as muitas inverdades sobre a velha matrona lavrense. Neste livro, o autor busca resgatar a história como ela é, e não como as pessoas gostariam que ela fosse.

Com a leitura deste livro, o que acabamos descobrindo é que a fênix lendária de Lavras da Mangabeira – Dona Fideralina Augusto –, renasce das cinzas em que muitos dos seus opositores teimaram em enterrar a sua memória.

            Nele, Dona Fideralina Augusto ressurge magnífica, imperiosa e poderosa como sempre foi, e sua história, que outrora fora escrita com estilhaços de pólvora do seu bacamarte, agora acha-se reescrita com a caneta do seu admirador maior e arqueólogo da cultura lavrense, Dimas Macedo.

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