terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Lavras da Mangabeira - Contos e Poemas

           Dimas Macedo
         

           A Escola de Ensino Educacional e Profissional Prof. Gustavo Augusto Lima, de Lavras da Mangabeira (CE), não produz apenas conhecimentos em matéria de Aquicultura, Agroindústria ou Agropecuária, conforme a sinonímia dos seus objetivos.

          Sabe que a literatura é um ato de transformação e de coragem, que a escritura é uma existência pressuposta na raiz das nossas emoções e sentimentos, e que nos recessos mais profundos do nosso inconsciente, reside uma camada de luz e de mistério, a qual precisamos cavoucar com a força da palavra.

           A literatura é a forma mais poderosa de recriação e de reconstrução da nossa existência e da realidade que nos cerca com os seus dramas e apelos. A literatura nos traz o cheiro gostoso da palavra, e nos faz revisitar a vida que abandonamos a cada passo da nossa caminhada.

          Fazemos literatura para que possamos ser modelos de inspiração para quem nos lê, para que possamos tocar profundamente o coração humano com aquilo que escrevemos, “para que sejamos uma canção nova” ou “um sopro de vida através da arte da escrita”.

      É com estas palavras, e sentindo-me honrado com o convite da Professora Sara Holanda Laurindo, que apresento a IV Coletânea de Contos e Poemas produzida por professores e alunos da Escola de Ensino Educacional e Profissional Prof. Gustavo Augusto Lima, de Lavras da Mangabeira, em 2017, dando-nos estes novos escritores a sua contribuição para os prazeres da literatura.  
           
          Os textos, em prosa e verso, são excelentes em face das suas qualidades e da forma com que foram revestidos. Testemunham aspirações e desejos de uma comunidade e dos seus integrantes, todos envolvidos com os valores da Esperança e do sentido de Ética e de Justiça.

           Falam de sentimentos e homenageiam a terra que me serviu de berço, referindo-se, igualmente, a alguns dos seus personagens, como é caso de Dona Fideralina Augusto, a célebre matriarca dos sertões do Salgado, que tanto se projetou na história política do Nordeste.

         Entre os escritos que integram essa antologia, ponho em relevo os textos que enfocam as comunidades de Mangabeira e Amaniutuba, mas não deixo de perceber, em toda a estrutura do livro, que o sentimento, a emoção e o afeto andam de mãos dadas com a reflexão e com o desenvolvimento da mentalidade e a da cultura pedagógica.

          A idealização desse livro e a sua concretização, devemos ao espírito inquieto de Sara de Holanda Laurindo e Maria Daniela Alencar, mas aqui não podemos esquecer a participação dos professores Talita Mello, Vinícius Brunno e Sarah Denise. A arte visual de Israel Calten e o trabalho do núcleo gestor e dos coordenadores, liderados por Rivandi Leandro Costa, Andreza Gonçalves de Sousa e Francisco Monteiro de Sousa, devem, igualmente, ser postos em relevo.

            Pondo-se o olho no sumário no livro, aí já podemos perceber a dinâmica que preside o seu processo de montagem, no qual os alunos aparecem irmanados com os seus professores, mostrando-nos que a literatura é uma arte que prima pela superação das barreiras entre o popular e o erudito, revelando-nos o gosto da linguagem que se tece no nosso inconsciente.

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