Eis que me chegou de improviso, sem
qualquer recado prévio e recebido de presente da parte do acadêmico Geraldo
Jesuíno, a segunda edição do cânon poético, objeto da titulação deste comentário,
oriundo da colheita fartamente produtiva do ecumênico escritor Dimas Macedo.
Lavrense dos mais ilustres, ele é componente
de uma admiranda fileira de conterrâneos militantes em vários terrenos da
produção intelectiva, com ativo fixo de 35 livros, dos quais foram sacadas
várias reedições, fato que ajuda, en passant,
a se mensurar, conquanto por cima, a axiologia qualitativa dos seus bens
literários de raiz.
Sem dúvida, é apontamento favorável,
registro propício à história cultural da nossa Terra, recheio novo para seus
armazéns caligráficos, não somente porque se esgotara a príncipe vintenária,
cujo rebento foi delivrado em 1996, mas, em especial, pelo fato de que concede
ao público mais verde na seara poética o lance de se aprofundar nos pés mimosos
dos seus metros brancos, insuperáveis no engenho estrófico e inexcedíveis em
fascínio e entusiasmo.
O Cantor de Estrela de Pedra (1994) e Vozes do Silêncio (2003) detém uma
lista fecunda com proveitos de boa monta até hoje publicados, aliás, evento
pouco comum em se referindo a escritores do Ceará e de outras unidades
federadas menores. Eo ipso, atraiu imensa aleia de admiradores,
mediadores de nomeada, apreciadores honestos e desinteressados, arquitetos
circunspectos da palavra, os quais o acolitam, às dezenas, ao retratarem com
detenção e compostura analítica os seus escritos, enricando, pro rata
tempore, o romaneio crítico
afortunadamente amealhado por Dimas Macedo, em sua tematicamente multímoda
pilha librária, iniciada em 1978, com a vinda a público de Cor de Estrela, contando ele 22 anos de idade.
Para unicamente demarcar o sinal de
seus haveres críticos, é suficiente informar o leitor de que, somente nas
guarnições da segunda edição do Liturgia
do Caos (2016), tem registo a opinião alçadamente positiva em nada menos de
sete juízos analíticos, expendidos por figuras da intelectualidade nacional, em
cujo meio se expressam, por exemplo, José Alcides Pinto, Jorge Tufic e Antônio
Justa, acrescendo-se o Prof. Dr. Roberto Pontes, também escritor cearense de
renome em todos os países de glotologia lusofônica, o qual assinou matéria,
inserta na quarta capa da edição sob
comento, publicada no O Pão, de
10.12.1997.
Sobejamente me apraz a mim,
consequentemente, proceder a este registro, na convicção de que o livro
transmitirá, segundo fez comigo, a mais completa satisfação a consulentes
afeitos à poesia de alteada qualidade, ao jeito como soem ser as do Escritor
lavrense – um das dezenas que há por aqueles pagos, a quem o Criador concedeu dotes,
a destra cheia, para o ofício de edificadores de textos e portadores de outros
apercebimentos científicos e culturais, a for dos casos - verbi gratia e entre os
constantes de um alentado catálogo - de Almir (dos Santos) Pinto, João
Gonçalves de Souza, Linhares Filho, Filgueiras Lima e Batista de Lima.
Guardo com orgulho o fato de já
haver tido sob glosa o meu antepenúltimo trabalho, intitulado Nuntia Morata – Ensaios e Recensões
(2014), em subida exegese positiva do Prof. Dr. Dimas Macedo, ao mesmo passo em
que armazeno a felicidade de ter logrado poder comentar livros seus – e com os
aprovos e aplausos – como o ocorrido com A
Metáfora do Sol e Direito Constitucional, seções de meu Reservas de Minha Étagére – Aproximações
Literocientíficas (no prelo).
Desta arte e a jeito de fecho,
performo novamente a expressão do meu júbilo pela ocorrência da segunda edição
de Liturgia do Caos, do Prof. Dr. Dimas
Macedo, livro a conceder à Arte Literária coestaduana o atestado de veracidade
e essência, configurado no caráter de correção (desta literatura e da
pessoalidade de seu Autor), e a peculiar inseparabilidade elocutória, cujo
estilo o consulente bem aprestado conhecerá desde as primeiras linhas, mesmo
sem ter visto sua assinatura, no âmago de sua [...] palavra lírica, telúrica, metafíisica, erótica, mutante, conforme
dicção de Jorge Tufic, n’A Crítica,
de Manaus – outubro de 1996.
Glorifique-se, por derradeiro, um
dos melhores poemas da segunda edição, a repousar no tratamento gráfico
magistral concedido pelo Prof. Geraldo Jesuino da Costa, aformoseando, plástica
e superfluamente, a então já copada e frutuosa árvore do nada caótico, mas
bastante litúrgico volume.
Benedicamos
Domino!
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