Dimas Macedo
Fernando Ferraz é poeta. Pertence à grei
dos que vieram ao mundo para recriá-lo pelo domínio soberbo da linguagem, pela
expressão da palavra com a qual a vida humana se conforma.
O Direito é Linguagem, e Fernando Ferraz
também é jurista, o que significa dizer que ele sabe transitar pela Pragmática
da alteridade, tendo-se em vista a busca da Justiça e a conciliação dos
conflitos nos quais o homem se enreda, enquanto construtor da vida social.
Equilibra-se, portanto, o professor
Fernando Ferraz, entre o reino absoluto do desejo e os limites jurídicos
ligados ao interesse público; entre a Cátedra do Direito, que sempre exerceu
com maestria, e a oficina das formas que modela a sua criação.
Viajante do Direito, assim como arquiteto
vigoroso da Poesia, Fernando Ferraz conhece as coisas da Política pelo coração;
e pela estima ele se projeta, recriando para os seus alunos a Hermenêutica do
Direito.
Direito,
Arte e Literatura (Fortaleza: Expressão Gráfica, 2016) é livro no qual ele
afirma a paixão por estes insights de
apreensão da realidade, provocando-nos com as suas perguntas sobre o ser, o
existir e a cumplicidade com que estas formas de pensamento se articulam
almejando a sua parceria.
O que é o Direito? O que é a Música como
expressão do sentimento? Quais as repercussões da Música e da Literatura diante
dos quadros do Poder? E qual a influência do Cinema e da Literatura na
construção soberana da Cidadania e no desdobramento do cotidiano?
São perguntas e não respostas aquilo que Fernando
Ferraz formula para os seus leitores, como se isto constituísse a sua dimensão
socrática a provocar a nossa autonomia, com a semântica das suas reflexões e
com as conclusões da sua cultura filosófica.
Leitor, não seja indulgente com
o autor deste livro. Mergulhe, ao revés, na espessura do seu texto, no espelho
harmonioso da palavra que ele reinventa, enquanto Liberdade e significado do
Direito, fenômeno social que já não é o mesmo, diante da Arte e da Literatura.
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