domingo, 14 de agosto de 2016

Literatura, Arte e Direito


         Dimas Macedo
 
                                             
            Fernando Ferraz é poeta. Pertence à grei dos que vieram ao mundo para recriá-lo pelo domínio soberbo da linguagem, pela expressão da palavra com a qual a vida humana se conforma.

            O Direito é Linguagem, e Fernando Ferraz também é jurista, o que significa dizer que ele sabe transitar pela Pragmática da alteridade, tendo-se em vista a busca da Justiça e a conciliação dos conflitos nos quais o homem se enreda, enquanto construtor da vida social.

              Equilibra-se, portanto, o professor Fernando Ferraz, entre o reino absoluto do desejo e os limites jurídicos ligados ao interesse público; entre a Cátedra do Direito, que sempre exerceu com maestria, e a oficina das formas que modela a sua criação.

              Viajante do Direito, assim como arquiteto vigoroso da Poesia, Fernando Ferraz conhece as coisas da Política pelo coração; e pela estima ele se projeta, recriando para os seus alunos a Hermenêutica do Direito.

               Direito, Arte e Literatura (Fortaleza: Expressão Gráfica, 2016) é livro no qual ele afirma a paixão por estes insights de apreensão da realidade, provocando-nos com as suas perguntas sobre o ser, o existir e a cumplicidade com que estas formas de pensamento se articulam almejando a sua parceria.

                O que é o Direito? O que é a Música como expressão do sentimento? Quais as repercussões da Música e da Literatura diante dos quadros do Poder? E qual a influência do Cinema e da Literatura na construção soberana da Cidadania e no desdobramento do cotidiano?

                 São perguntas e não respostas aquilo que Fernando Ferraz formula para os seus leitores, como se isto constituísse a sua dimensão socrática a provocar a nossa autonomia, com a semântica das suas reflexões e com as conclusões da sua cultura filosófica.

                  Leitor, não seja indulgente com o autor deste livro. Mergulhe, ao revés, na espessura do seu texto, no espelho harmonioso da palavra que ele reinventa, enquanto Liberdade e significado do Direito, fenômeno social que já não é o mesmo, diante da Arte e da Literatura.

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