Dimas Macedo
Vicente Paulo Lemos
nasceu aos 12 de outubro de 1951, no sitio Taquari, distrito de Mangabeira,
município de Lavras, sendo filho de Joaquim Gonçalves Neto e Cândida Gonçalves
de Lemos.
Foram seus avós
paternos: Agostinho Félix Vieira e Inácia Maria da Conceição; e maternos: Maria
Cândida Amorim de Souza e Manuel de Oliveira Lemos.
Aprendeu as
primeiras letras em sua terra natal, com as professoras Maria Luiza Oliveira e
Maria do Socorro Oliveira, entre 1964
a 1966, realizando o quarto ano primário e admissão ao
ginásio no Seminário Salesiano de Jaboatão (PE), entre 1967 e 1968.
Prosseguiu seus
estudos na Congregação Salesiana de Carpina, no mesmo Estado, onde cursou a
primeira e a segunda séries ginasiais, entre 1969 e 1970, concluindo o ginásio
em 1972, na Escola Industrial de Pernambuco, nos municípios de Escada e Serra
Talhada.
No final de 1972,
mudou-se para Fortaleza, aqui realizando o curso científico, no Liceu do Ceará,
entre 1973 e 1975. Ainda em Fortaleza, frequentou o terceiro e o quarto
pedagógicos no Colégio João Pontes (1991) e no Instituto de Educação do Ceará
(1993).
Graduou-se em
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, em 2002, e realizou
pós-graduação em Administração Escolar, na mesma Universidade, nos anos de
2003/2004.
Vicente conclui
vários cursos de formação profissional na área do turismo, tais os de Guia de
Turismo Regional, no SENAC de Fortaleza, em 1997, e Guia de Turismo Nacional,
na Escola de Turismo do Ceará, em 2003.
Na condição de cofundador, é responsável
pelas seguintes casas de ensino: Centro de Educação Juvenil Eça de Queirós,
Centro de Educação Juvenil Maria Auxiliadora, Centro de Educação Juvenil Dom
Bosco e Colégio São Domingos Sávio, tendo, por conta dessa circunstância, se
dedicado às atividades de educação fundamental, entre 1975 e 2003.
Em 1996, criou a
Agência Terra da Luz de Turismo e Consultoria Educacional, através da qual
presta serviços a Escolas públicas e particulares, organizando e executando
aulas de campo e pesquisa com alunos de diversas escolas cearenses.
Poeta
popular e cordelista, pertence à Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de
Cordel, sediada em Salvador, e ao Centro Cultural dos Cordelistas do Ceará,
tendo sido eleito, em setembro de 2010, para a cadeira número 39 da Academia
Lavrense de Letras.
É autor, entre outros,
dos seguintes folhetos de cordel: Irmã
Dulce – Sua Vida e Morte em Versos, Chegada
de Irmã Dulce ao Céu, Retrato do
Sertão, Brasil Menor – A Realidade da
Criança Brasileira, Um Grito Contra a
Miséria, Apologias Políticas, Jubileu de Ouro do Padre Manoel Lemos de
Amorim e Jubileu de Ouro da Paróquia
de Nossa Senhora de Fátima.
Agora, o poeta Vicente
Lemos resolve dar um passo no sentido da consolidação da sua poesia, reunindo
no livro – Cantos e Encantos na Poesia
Popular (Fortaleza, RDS Editora, 2012) o conjunto da sua produção,
presenteando, assim, aos leitores com o metro, a sonoridade e os apelos da sua
produção, que se expressa, essencialmente, pelo resgate dos valores sociais e
pela sutilidade do seu conteúdo.
Vicente traz no
sangue, e assim também no coração o signo cultural e humano da comunidade que o
viu nascer, o distrito de São José das Mangabeiras; e entra na literatura para
tornar-se irmão do poeta maior do Taquari, esse exímio Pescador de Tabocal que
é o escritor Batista de Lima.
A poesia de Vicente
Lemos não foi feita para agradar o mundo burguês; não foi feita para ilustrar
as páginas da literatura de cordel nem para fazer a louvação dos poderosos, mas
para denunciar as misérias sociais do povo brasileiro e canonizar alguns dos
seus heróis de forte apelo popular.
Na sua construção
poemática, encontramos o dia-a-dia dos que insistem em viver, a despeito do
capitalismo e da sua perversão. Encontramos na sua produção o milagre da vida
transformado em verbo e escritura, e redimensionado, também, em face dos
valores da dignidade e da esperança.
A consciência
poética de Vicente Lemos é um dos traços do seu livro de estreia que chama de
plano a atenção, porque aberta para o homem e aberta para a graça de Deus, e
porque altissonante como a voz dos poetas que sabem encontrar no mundo o seu
lugar.
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