Foto de Margleice Pimenta
O que é a arte? O que é a vida? O que é o
cosmos e o que são, por fim, as escrituras de luz do universo? Acho que todas
as filosofias e religiões existentes não responderiam à nenhuma das minhas
perguntas.
Mistério. A vida é mistério e
representação. E, enquanto mistério e representação, a vida é o nada que nunca
se resolve. Um achado que se perde no abismo da alma a cada instante.
O que seria o amor? O que seria a
ânsia do artista? O que seriam a morte ou a linguagem madura do desejo? Um nada
quando se está diante da tragédia? Um tudo quando se está diante da certeza?
A arte é a certeza de tudo. E a
imprecisão, por seu turno, é o elemento fundante de todos os processos de vida.
A imprecisão e a sua espada de Vesúvio. A imprecisão riscando o vidro do
espelho, pois a dor que até hoje me doía tanto já não é o fantasma com quem me
deito soturno na varanda.
E a casa do ser seria mesmo a força da
palavra? A palavra fundadora do belo e que não nos deixa provar a existência
real? E a literatura, seria ela uma
tragédia interior? A perdição completa de um ser?
A literatura como um tormento
sagrado, um prazer doloroso ou ainda um sinal da mística que pulsa na espessura
do meu ser? Por que os poetas e críticos de literatura sempre se mostraram em estado
de tensão, nos recessos da vida interior?
E por que todos os manuais acerca
da arte literária jamais variaram de tom? Sim. E por que a Literatura funciona,
para os escritores, como se fosse uma imposição, exercida sobre a energia vital
de quem a empreende?
E ao escritor, não caberia
mudar a história, mas apenas sofrer a história e as tiranias do social, e
contra elas investir com a claridade dos seus códigos semânticos?
Será se
tudo nos é dado e tudo nos será tirado, no domínio da vida interior? E que apenas
o infinito da linguagem representa o infinito da vida, e tudo mais é a extensão
do nosso pensamento?
E por que se foram os meus dedos em uma língua
breve? E os tédios todos que eu sentia nas tardes de domingo? Foram-se as
lenhas e as minhas fogueiras todas que ardiam?
Silêncio Branco! As Vozes do Silêncio e o seu
pranto que não volta nunca. Pois a vida que se faz certeza já é uma certeza e
é, de certa forma, alguma transcendência madura.
O Deus que eu matei, e que voltou ainda mais
supremo? A Via Sacra de Deus que me será a âncora? Ou o mundo inteiro que será,
agora, um grão de areia no deserto?
Show, Dimas!!!!
ResponderExcluirCleonice Cidrão, abraço grande. Grato
ExcluirAdorei o blog professor! Especialmente essa postagem que fala de duas grandes paixões minhas: a arte e os livros/livraria, que nada mais são do que uma forma de expressão da arte. Parabéns pela sensibilidade!
ResponderExcluirBlle Sena, gratíssimo pela força e por sua leitura.
Excluirtexto muito bom, professor Dimas! me identifico muito com sua paixão por livros, com o hábito de encontrar amigos nas livrarias da cidade e divertir-me com a leitura de alguma bela obra.. Sucesso!!
ResponderExcluirDébora dos Santos Rocha, sua aluna de Direito Conctiucional I, manhã
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirDébora Rocha, gratíssimo.
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